Eu não estava delirando

Eu, quarentão, na baladaMeus caros, uma das boas coisas de fim de ano é ter poucos assuntos sérios a tratar. A maior parte de meus amigos está viajando, o número de celulares que vão direto para a caixa postal é recorde, respostas automáticas de e-mail, dizendo que o endereçado está de férias foram várias, só o Facebook me tem permitido mapear o povo. São Zuckerberg! Acho que só lá pelo dia 10 de janeiro as coisas voltarão a alguma normalidade, e me acho bastante otimista, me confessei assim no último post, pois nem pesquisei as datas do carnaval. Hoje o dia nasceu radiante, céu azul prometendo muito calor, mas conheço os humores da meteorologia local o suficiente para saber que vem água até o final do dia. Tudo bem, até lá o protetor solar fator 15 já terá cumprido sua função. Para aqueles que, como eu, já bateram a marca dos 40 (anos), lutam contra detestáveis fios de cabelos brancos, e a implacável (lei da) gravidade, o número da revista Economist de final de ano traz uma matéria curiosa – e deliciosa: A alegria de envelhecer (ou por que a vida começa aos 46).

O texto começa com a antológica frase de Maurice Chevalier:  “Idade avançada não é tão ruim, se considerada a alternativa”. Em seguida, mostra vários estudos provando que pessoas mais velhas tendem a ser mais felizes que as mais jovens, ao contrário do que possamos acreditar. É bem verdade que Ernest Hemingway já afirmara que os melhores anos na vida de um homem são os seus 40, e eu acredito que ele o tenha concluído com sobriedade que não lhe era peculiar. O que se sabe hoje em dia, com base em estudos altamente científicos, é que, a partir do frescor dos 18 a 21 anos, quando ainda não nos falta testosterona (estrógeno?), as pessoas vão se tornando menos felizes, e atingem o ponto mais baixo aos 46 anos. Depois, vão se tornando gradativamente mais felizes. E melhor: a felicidade não está necessariamente ligada ao acúmulo de dinheiro, embora esse não atrapalhe, mas dá para ser feliz sem muito no bolso. Vejam lá, quem afirma não são ascetas indianos. Um gráfico com a geografia da felicidade mundo afora mostra países ricos na frente, dinamarqueses, ingleses e americanos puxam a fila, nenhuma surpresa. Nós, brasileiros, não precisamos de muitos antidepressivos, estamos bem melhores que russos, japoneses, e, creiam, portugueses. Quanto a mim, acho que já dei minha virada há algum tempo, apesar de meros 44 aninhos, meu eterno otimismo mostra isso. Economist é Economist, gente confiável há gerações, eu não estava a delirar com o Natal. Abraço feliz do Cavalcanti.


Comments

2 respostas para “Eu não estava delirando”

  1. Meu caro, estou um pouco mais entrada em anos do que você. Mas nos conhecemos há tempos e nunca estivemos tão bem, o que demonstra claramente que dinheiro não é tudo (rá, rá, rá…). Estamos amadurecendo e aprendendo a lidar. E se a gente olhar para nossas mães, veremos que o futuro promete. Beijas.

  2. Meu caro, meu computador surtou. Por favor, dê uma organizada…

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