EUA acusam rebeldes ucranianos de derrubar avião

Conselho de Segurança da ONU se reúne em caráter emergencial nesta sexta-feira (18). Foto: Mark Garten/ UN
Conselho de Segurança da ONU se reúne em caráter emergencial nesta sexta-feira (18). Foto: Mark Garten/ UN

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou nesta sexta-feira (18) as forças separatistas pró-Rússia de derrubar o Boeing 777 da Malaysia Airlines, com 298 pessoas, no leste da Ucrânia no fim da tarde de quinta (17). Ele disse ainda que os rebeldes ucranianos têm o apoio da Rússia, assim como já havia declarado mais cedo a embaixadora estadunidense na ONU, Samantha Power, em reunião de emergência convocada após a tragédia. O presidente russo, Vladimir Putin, ainda não comentou as declarações, assim como o representante da Rússia no Conselho das Nações Unidas, Vitaly Churkin. 

“Eles estão fortemente armados e treinados. Não é um acidente. Isso está acontecendo por causa do apoio russo”, disse Obama, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, na Casa Branca, em Washington. Ainda não há a confirmação do míssil que atingiu a aeronave, mas os EUA acreditam que tenha sido o AS-11, de fabricação russa e chamado no país de Buk. Obama ainda criticou a ausência do governo russo na mediação do conflito na Ucrânia. “A Rússia tem o poder de levar os separatistas para uma posição diferente, tem a maior parte do controle sobre essa formação, mas até o momento preferiu não exercer”, afirmou.

Mais de 24 horas depois do acidente, as informações sobre o local onde o avião caiu ainda são escassas. Nesta sexta-feira foi encontrada a segunda caixa preta da aeronave e enviada para Moscou. A primeira já havia sido recolhida logo após a queda. As forças separatistas e o governo ucraniano seguem trocando acusações sobre quem disparou o míssil que atingiu o Boeing da Malaysia Airlines. Nesta quinta, Samantha Power isentou o exército da Ucrânia de derrubar o avião. “Os ucranianos contam com sistemas AS-11 em seu arsenal, mas não temos conhecimento da existência de sistemas de mísseis SAM ucranianos na zona na qual o avião foi derrubado e, sobretudo, as forças ucranianas não dispararam um só míssil desde o início da crise”, declarou.

Queda

O voo MH17 da Malaysia Airlines voava há 33 mil pés, de acordo com nota oficial da companhia aérea divulgada nesta sexta-feira. A informação contradiz as primeiras notícias, que falavam em 11 mil pés. Ainda segundo a empresa, haviam 298 pessoas a bordo do avião, ao contrário do primeiro número, que falava em 295. Foram reconhecidas três crianças entre os passageiros que embarcaram no voo. Nesta sexta-feira, a agência Reuters informou que alguns corpos caíram sobre as casas das pessoas da cidade de Grabovo, cidade próxima ao acidente. “Houve um barulho alto e tudo começou a sacudir. Então objetos começaram a cair do céu. Eu ouvi um barulho e ela caiu na cozinha, o telhado foi quebrado“, disse a aposentada Irina Tipunova, de 65 anos, à agência.


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