Excessos de que lado?

Foto Mario Rocha/ Mídia Ninja


Após os violentos acontecimentos registrados na madrugada desta quinta-feira no Rio, quando um protesto contra o governador Sérgio Cabral terminou em conflitos entre polícia e manifestantes no Leblon, importantes vozes da sociedade se manifestaram publicamente – com posições bastante divergentes – sobre o ocorrido. Enquanto o presidente da OAB-RJ afirmou que os manifestantes demonstraram traços de fascismo em seus atos, o diretor executivo da Anistia Internacional repudiou a ação da polícia.

“A Anistia Internacional não defende a inação da polícia, mas critica a sua incapacidade de atuar de maneira a garantir a paz nas manifestações. Não podemos ficar diante de uma escolha entre extremos: ou repressão abusiva ou falta de ação”, declarou Atila Roque. Segundo ele, a polícia deveria garantir a segurança de manifestantes pacíficos e conseguir identificar pontualmente quem são as pessoas que praticam atos violentos.

A declaração da OAB veio em sentido oposto, e impressionou por sua dureza. “Acredito que a única discussão que poderíamos fazer esta manhã é como reagir a uma manifestação que é legítima, mas que claramente desbordou, em alguns momentos, e ontem especificamente, para uma manifestação com traços, me perdoem a força da palavra, de fascismo. O que estamos vendo na internet, lendo nas últimas 24 horas, tem um caráter autoritário, fascista e que desconsidera o processo democrático brasileiro”, disse Felipe Santa Cruz.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação Nacional de Jornais, por sua vez, repudiaram atos de vandalismo cometidos contra a sede da Rede Globo, que teve a fachada danificada num ataque com coquetéis molotov, e contra um carro de reportagem do SBT, pichado.

A Brasileiros relatou em detalhes os acontecimentos, após acompanhar a cobertura da Mídia NINJA e da Pós TV. Leia aqui e veja vídeo e fotos.

Novos protestos são esperados durante a visita do papa Francisco ao Rio, o que preocupa as autoridades. Um primeiro ato foi convocado para a segunda-feira, dia 21, em frente ao Palácio Guanabara, onde o papa terá encontro com a presidenta Dillma Rousseff. “Nossa preocupação é que ele possa chegar e sair em segurança. Todos os lugares são mapeados. Temos segurança fixa, aproximada, móvel, PM, guarda municipal e tudo sob vigilância”, afirmou o delegado da Polícia Federal Anderson Bichara.


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