RK: Quando, na sua opinião, deve começar a campanha presidencial para 2010? Logo após as eleições municipais ou ainda é cedo para a definição de candidaturas?
Ciro: Há duas questões: as preliminares já estão postas e andar pelo País, tomar intimidade com seus problemas, potenciais e conversar com as pessoas é pra ser feito todo dia.
Campanha, entretanto, deveria ser só lá para o segundo trimestre de 2010.
RK: No caso de seu nome ser indicado pelo partido, qual deve ser a principal proposta/bandeira/projeto para a campanha presidencial de 2010?
Ciro: Esse negócio de uma proposta, bandeira ou projeto é uma limitação publicitária ou derivada de preguiça dos políticos e de um certo jornalismo ( definitivamente não é seu caso, amigo Kotscho ).
Vou tentar propor um PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO com começo, meio e fim.
A idéia é que o Brasil precisa e pode crescer de forma a acelerar a conquista de um mínimo patamar de qualidade de vida para as maiorias populares e para as classes médias.
Discutir como fazer isto é um risco que quero sempre correr porque acho que o que precisa e pode ser feito tem que ser sinceramente exposto ao povo ANTES da eleição.
Só este caminho nos livrará da influência descalibradamente alta de políticos corruptos e fisiológicos e de um conservadorismo elitista cevado no rentismo às custas do Estado e da Nação, DEPOIS das eleições.
RK: Qual a prioridade do Brasil pós-Lula?
Ciro: Garantir o espaço conquistado, que não é pequeno, e no que interessa: empregos, espaço crescente para os salários na renda nacional, crédito, expansão das indústrias.
Institucionalizar e avançar num sólido investimento em gente – da segurança alimentar ao incremento de vagas universitárias para os pobres.
Corrigir as graves distorções institucionais e gerenciais que fazem da saúde pública um crime continuado contra quem não pode acessar a rede particular.
Incrementar a responsabilidade institucional e operacional do poder federal na segurança pública.
E promover um grande salto na estratégia de desenvolvimento do País, aproveitando as bases que Lula nos oferece, seja por seu trabalho operoso seja pela oportunidade/ameaça que as próximas décadas oferecem ao Brasil na ordem internacional presente e visualizável a médio prazo.
O mundo precisa muito do que só o Brasil pode oferecer em condições especiais: alimentos, energia renovável, petróleo, minérios, biodiversidade mas também democracia, tolerância religiosa, multietnia, exuberância cultural e um povo a quem se dando oportunidade, já provou, é capaz de superar qualquer desafio.
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