Exclusivo/Notícias de Porangaba: vacinação de cachorros, Bin Laden, chuva chegando

Pra não falar que não falei de Porangaba, levei um tempão pra instalar este moderno laptop no sítio, sem a ajuda da minha mulher, que não veio comigo, só para não deixar esta noite de sexta-feira em branco na primeira semana do meu blog.

Como eu ia dizendo, antes de pegar a estrada, só voltaria a postar hoje (estou aprendendo a linguagem) se algo de extraordinário acontecesse, que valesse uma manchete, quer dizer, algo muito importante na linguagem dos jornalistas de jornal.

Não aconteceu nada de extraordinário, mas mesmo assim me deu vontade de escrever. A grande notícia do dia aqui hoje, que movimentou todo o bairro do Rio Bonito, onde tenho um sítio vai fazer trinta anos, foi a vacinação dos cachorros.

Foi o assunto do dia aqui. Depois de fazer a habitual romaria de pagamentos do sítio na cidade, o primeiro que me deu a notícia foi Bin Laden, um vizinho do rio Bonito, que eu não conhecia ainda, tanto tempo que não vinha aqui.

Bin Laden, por causa de sua barba comprida, é o apelido de João Bosco, também conhecido por “João Mecânico”, um potiguar que foi parar em Carapicuíba, antes de se instalar com oficina em Porangaba, depois de trabalhar como operador de máquinas pesadas em várias empreiteiras Brasil afora e adentro.

Nos encontramos no bar da Ondina, ele tomando um conhaque de alcatrão e eu uma cerveja, fumando um cigarrinho, que aqui não tem esse negócio de lei seca _ os bafometros ainda não chegaram a Porangaba _ nem área de fumantes, e ainda não é proibido conversar nos botecos.

Mas o melhor de tudo foi conversar com o Zé Telles, que é o nosso caseiro desde que comprei o sítio. Foi só falar pra ele que tinha feito uma reportagem na semana passada com o Tinoco, seu ídolo, aquele da histórica dupla com o Tonico, que continua cantando aos 88 anos, para ele voltar no tempo e lembrar as primeiras músicas da dupla que aprendeu a cantar ainda menino com o compadre Raimundo Mendes, violeiro dos bons.

O velho Zé, já bisavô mas ainda pegando no pesado, lembrou de “Antigas Cartas”, “Boiadeiro de Palavra”, “Moreninha Linda”, “Chico Mineiro” e “Jornaleiro”, música que eu nunca tinha ouvido, muito bonita.

No fim da tarde, quando finalmente entrei em casa, senti um cheiro quer valeu a viagem neste brabo calor de inverno em São Paulo _ era o cheiro do pó de café, colhido, torrado e moído aqui no sítio, que o velho Zé colocou em cima do balcão da cozinha. Tem vida melhor?


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