Caros, impossível passar ao largo da polêmica levantada pelo deputado federal Jair Bolsonaro, que, ao vivo e em cores, proclamou-se racista e homofóbico. O vídeo está circulando, todos podem ver como ele reagiu a perguntas feitas à queim- roupa por telespectadores, e sua defesa, ao alegar que não havia entendido a pergunta que lhe foi feita, é motivo de grande controvérsia. Houve uma edição tendenciosa do programa ou o parlamentar realmente disse aquilo que lhe veio à cabeça? Para quem assiste, e acompanha a vida do parlamentar, não há dúvida de que ele realmente fala o que pensa, como adora fazer o marketing de seus argumentos imorais. Namorar negro? Essa indagação remete o discurso do homem direto para o termo promiscuidade. Ele respondia a uma pergunta de Preta Gil, e não perdeu um minuto sequer antes de falar. Vejam o vídeo, e cada um que julgue por si.
Cada um pode falar o que pensa? Em tese, sim, mas o respeito ao próximo, muito mais do que um mandamento católico, é uma das bases dos direitos humanos, tal como reconhecidos pela Organização das Nações Unidas, da qual o Brasil não apenas é fundador, mas também signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Está lá, no artigo VII. Junte-se a Constituição brasileira à Carta da ONU, e à lei, e Preta terá todos os meios legais para defender sua dignidade, enquadrando o meliante em um crime cometido à vista de todos. A lei contra o racismo leva nome de quem criou: Lei Afonso Arinos.
Já homofobia, e Bolsonaro, que antes dissera que homossexualidade poderia ser “curada” com uma surra na infância, reafirmou sua linha de pensamento ao responder a uma pergunta sobre o tema, afirmando que seus filhos jamais seriam gays pois “ele estava presente em sua criação”, não pode ser definida como crime, não temos um diploma legal sequer, que nos respalde. Lamento informar que ele não apenas tem dois filhos, como ambos são, respectivamente, deputado estadual e vereador, todos eleitos. “Todos são iguais perante a Lei e têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”, assim está consignado o princípio universalmente aceito. O que se defende, quando gente como Bolsonaro fala o que quer, é algo muito maior do que a própria individualidade de quem denuncia a infração a algo universalmente aceito como um princípio maior. Preta estará falando em nome de muita gente. Ela falará em meu nome, e já temos algumas belas mulheres fazendo-nos ouvir em Brasília, volto à minha posição poliânica de que tudo conspira para o bem – não para Bolsonaro. Assim torce o Cavalcanti.
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