A exposição dos atrativos do Brasil durante a Copa do Mundo deve influenciar positivamente as receitas de turismo, na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. “Sem dúvida, a exposição das belezas naturais do país é um marketing considerável e que tende a influenciar positivamente as receitas de turismo futuramente”, disse.
De acordo com dados preliminares do BC, neste mês, até o dia 18, as receitas de estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 365 milhões. A Copa do Mundo começou no dia 12. Segundo Maciel, se forem consideradas essas receitas, deve haver crescimento 24% nas receitas com viagens neste mês, em relação a junho de 2013.
Mas, de acordo com o chefe do departamento, o maior efeito da Copa deve ser observado em julho porque a maioria das despesas é feita no cartão de crédito (com pagamento posterior pelo turista).
Também é possível avaliar efeitos do evento esportivo no país na conta de transporte, que registra despesas e receitas principalmente com fretes e também com passagens áreas. Há aumento das receitas quando o estrangeiro compra passagens aéreas de empresas brasileiras. De janeiro a maio, as receitas com transportes chegaram a US$ 2,409 bilhões, contra US$ 2,194 bilhões em igual período do ano passado. Como a compra das passagens é feita antecipadamente, já houve influência da Copa mesmo antes do início dos jogos, explicou Maciel.
Apesar do aumento das receitas de estrangeiros, tanto a conta de viagens quanto a de transportes vão continuar negativas, mas houve melhora na projeção do BC. Para a conta de viagens internacionais, formada pelas receitas dos estrangeiros e as despesas de brasileiros no exterior, o BC revisou a projeção de déficit de US$ 18,5 bilhões para US$ 18 bilhões, em 2014. “A conta de viagens internacionais é tradicionalmente negativa. O brasileiro viaja. Neste período de Copa há um fator que atenua esse impacto negativo [das despesas de brasileiros em viagem no exterior] que é a receita de estrangeiros”, disse Maciel.
Para a conta de transportes, a projeção do BC do saldo negativo passou de US$ 11,1 bilhões para US$ 10 bilhões. O que mais influenciou a revisão, segundo o Maciel, foi a redução das exportações e das importações do Brasil, o que está relacionado aos fretes.
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