Naomi Klein, Noam Chomsky e milhares de pessoas estão juntos para dizer ao governo de Israel para não prender o ativista de direitos humanos Ezra Nawi. Condenado no dia 19 de março pelo Tribunal de Jerusalém, acusado de agressão a um policial, Ezra receberá sua sentença no próximo domingo (16), às 8h30 no horário de Jerusalém (23h30, do dia 15, no horário de Brasília), no Palácio da Justiça de Jerusalém. [nggallery id=14593] Ele pode ir para a prisão por resistir pacificamente à violência dos colonos judeus e do exército contra os palestinos do sul da Cisjordânia e a expropriação ilegal das suas terras. Seus apoiadores levarão mais de 19 mil cartas que o movimento Free Ezra (www.freeezra.org) reuniu nos últimos meses como mais uma tentativa de sensibilizar a juíza. Na primeira audiência, em 1º de julho, a juíza observou a repercussão internacional do caso e adiou a decisão para 16 de agosto.Qual o crime de Ezra? Ele tentou evitar que uma escavadeira destruísse a casa de beduínos palestinos no sul da Cisjordânia (veja o vídeo).O fato ocorreu no dia 14 de fevereiro de 2007, quando as autoridades israelenses enviaram escavadeiras para demolir cabanas palestinas no povoado Umm al-Kheir, a 25 km de Hebron. Umm al-Kheir é o melhor exemplo da barbárie que ocorre na região: ali vivem, aproximadamente, 100 famílias beduínas em cabanas de lona, lata e pedra. Originalmente refugiados de Negev, em 1948, eles compraram a terra dos seus proprietários palestinos no início dos anos 1950. Israel, contudo, levantou um grande assentamento ao lado de Umm al-Kheir, em 1981, e seus moradores têm invadido constantemente as terras dos palestinos.Israelense de ascendência iraquiana, Ezra tornou-se uma ameaça para os colonos de Israel e para o governo israelense, pois chamou a atenção da comunidade internacional para a ilegalidade que ocorre naquela região. A história de Ezra tem repercutido em jornais, como New York Times, The Guardian e The Nation (com texto assinado pelo próprio Ezra – leia o original, em inglês, aqui e a tradução em português, aqui), além de ter mobilizado milhares de ativistas dos direitos humanos e cidadãos de dezenas de países, por meio da internet. Há uma vigília programada por uma comunidade no Facebook (pesquisar por “Ezra Nawi’s Sentencing – Vigil”) e toda ação será transmitida pelo Twitter.Leia mais em Jewish Voice for Peace e em www.supportezra.net.*Atualização, às 11h de 17/08Sentença de Ezra Nawi é novamente adiadaMais uma vez a sentença de Ezra Nawi foi adiada. A nova audiência será no dia 21 de setembro, no mesmo Tribunal de Jerusalém.Segundo informes dos membros do grupo Support Human Rights Activist Ezra Nawi, que aguardaram a longa audiência do lado de fora do Tribunal, na manhã do dia 16 de agosto (23h30 de 15 de agosto no Brasil), seis pessoas foram testemunhas de defesa de Ezra. Além disso, o juiz recebeu dezenas de cartas escritas por cidadãos israelenses e o advogado de Ezra, Leah Tzemel, também entregou a carta internacional de apoio ao ativista, assinada por mais de 20 mil pessoas de todo o mundo. O promotor argumentou que havia problemas com as assinaturas da carta internacional, o que foi rebatido pela testemunha Emily Schaeffer (da ONG Jewish Voice for Peace). Ao final a juíza aceitou anexar as cartas ao processo considerando-as válidas.O promotor, por sua vez, pediu ao tribunal a condenação de Ezra e um “longo encarceramento”. Danny Felsteiner, do Support Human Rights, disse que todos esperam que o juiz leve em consideração os depoimentos e a admiração de milhares de pessoas pelo trabalho que Ezra Nawi desenvolve na região sul da Cisjordânia. Na saída do Tribunal, Nawi disse ao The Jerusalem Post que está muito orgulhoso do apoio recebido de intelectuais como Noam Chomsky e Naomi Klein, entre outros, e com as mais de 20 mil cartas enviadas ao estado de Israel por cidadãos do mundo todo.
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