O leitor Paulistano, das 23:12 de sexta-feira, vibrou com a derrota do São Paulo para o Atlético Paranaense, na semifinal da Copa São Paulo, e meteu bronca na matéria que escrevi, semana passada, sobre a fábrica de jogadores do tricolor montada no Centro de Formação de Atletas de Cotia.
“Lugar de torcedor é na arquibancada e não na imprensa”, cobrou-me o caro leitor, porque apontei o time São Paulo como favorito para o título, a exemplo da maioria dos comentaristas que li e ouvi, diante do belo futebol mostrado pela meninada na primeira fase da Copinha, em que marcou 25 gols e tomou apenas um.
Nem pensar, caro Paulistano, não concordo. Lugar de torcedor não é só nas arquibancadas, é em qualquer lugar, inclusive aqui no Balaio, como deixei bem claro no primeiro dia do blog em que me apresento como “paulista, paulistano e são-paulino”. É só olhar aí do lado direito abaixo da minha foto.
“Seja imparcial e acompanhe todos os jogos”, ordena o leitor. Sem chance, meu caro. Só assisto a jogos do São Paulo na televisão e nunca escondi minhas preferências, nem quando trabalhava na chamada grande imprensa.
Não vai ser agora, que tenho meu próprio espaço para opinar, que vou dar uma de jornalista imparcial. Isto não existe. Eu sempre tive meu lado na vida, certo ou errado – é a minha forma de encarar o ofício e a vida.
Alguém conhece um jornalista que não tenha seu time? Se existir, não gosta de futebol e, portanto, não vai escrever sobre o assunto, vai cuidar de outro ramo.
Como repórter, já disse várias vezes, não posso brigar com os fatos, tenho apenas que ser honesto ao contar o que está acontecendo, mas sem esconder minhas preferências, seja no futebol, na política, na religião ou na música.
Futebol para mim sempre foi a maior diversão, jogando ou vendo meu time jogar e, aqui no Balaio, sou apenas um torcedor, não um comentarista esportivo, coisa que nunca quis ser nem parecer.
Com tanto assunto sério para tratar todos os dias neste blog, de vez em quando escrevo sobre futebol apenas porque gosto, e me divirto com a guerra entre os torcedores/leitores, desde que não se parta para a ofensa e a baixaria, desqualificando o adversário.
Tudo no Brasil de hoje vira um Fla-Flu, seja na política ou na economia, por que então, justamente no futebol, vamos dar uma de imparciais, neutros, valentes defensores da objetividade jornalística, outra coisa que não existe?
A fábrica de novos craques do São Paulo existe, revelou este ano mais três ou quatro meninos que já podem ir para o time de cima. Perdeu, perdeu, paciência, não dá para ganhar sempre.
O Atlético Paranense, do meu amigo João Beltrão, outro leitor que me cobrou, jogou melhor, teve mais garra e mereceu ir para a final contra o Corinthians, de outro amigo leitor e gozador, o Marcelo Goes, amanhã, no Pacaembu. Ponto, parágrafo. Que ganhe o melhor, para mim tanto faz
Para encerrar este assunto, pelo menos da minha parte, lembro uma frase do Muricy, com a qual concordo: “Equipe de base não é para colecionar títulos, mas para revelar novos jogadores para o time de cima”. E isto o São Paulo tem feito, ganhando ou perdendo, e é o que importa.
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