Um dos modelos exclusivos da antiga primeira-dama
Foto: Museu do Sapato de Marikina
“Eles foram aos meus armários em busca de esqueletos mas, graças a Deus, tudo o que encontraram foram sapatos, lindos sapatos.” O comentário é de Imelda Marcos, referindo-se à coleção que deixou no Palácio Malacañang, em Manila, nas Filipinas, quando uma revolta popular pôs fim à ditadura de quase 21 anos do marido, Ferdinand Marcos.
Imelda era conhecida como Borboleta de Ferro, pelo estilo excêntrico de vida e pela mão pesada com que ajudou o marido a dominar as Filipinas entre 1965 e 1986. Enquanto ela chafurdava no luxo, a miséria se espalhava pelo arquipélago. Nos estertores da ditadura, o casal foi acusado de desviar o equivalente a US$ 5 bilhões dos cofres públicos.
Na Suíça, Imelda usava o nome fictício de Jane Ryan para operar suas contas bancárias. Em 1986, obrigada a fugir às pressas de Manila, ela deixou no palácio uma fortuna em joias e peças de grife. O que mais impressionou os filipinos foi a coleção de 1.200 sapatos, repleta de pares Ferragamo, Chanel, Prada e Christian Dior.
Imelda costuma dizer que usar peças de luxo fazia parte de suas obrigações como primeira-dama e que, nos pés, ela também prestigiava os produtores da cidade de Marikina, conhecida como a Capital do Sapato nas Filipinas. É lá que estão expostas até hoje centenas de sapatos da antiga primeira-dama, em um museu sujeito a cupins e inundações.
Nada, porém, parece afetar o charme brega de Imelda. Depois de um exílio de cinco anos no Havaí, nos Estados Unidos, onde morreu seu marido, ela conseguiu se livrar das acusações de corrupção e voltou para as Filipinas. Não demorou para voltar também à política, como congressista eleita. E visitou, é claro, o museu de Marikina. Para ter uma ideia de como a cidade gira em torno de sapatos, basta assistir o vídeo abaixo:
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