Famílias são retiradas do Museu do Índio

Fotos Reprodução

No fim da manhã desta sexta-feira, após o fracasso de tensas negociações e cerco ao local que ocorria desde a madrugada, o Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu o terreno que abriga o antigo Museu do Índio do Rio de Janeiro. Sob protestos de manifestantes, que foram afastados com spray de pimenta e bombas de efeito moral, a PM retirou à força as famílias indígenas que ocupavam o local.

Um pequeno grupo de índios, mais idosos, aceitou deixar o local antes da entrada da polícia e foi levado para um hotel, no centro da cidade, oferecido pelo governo estadual para abrigar aos indígenas. De acordo com o governo, as famílias que ocupavam o local devem ter residências em um “um centro de referência” que será construído em um terreno em Jacarepaguá, na zona oeste, ou no parque da Quinta da Boa Vista.

A desocupação
A PM chegou ao local por volta das 3h da manhã desta sexta e montou o cerco. Carros blindados conhecidos como caveirões foram deslocados para o local, a fim de reforçar o trabalho de isolamento.

Em solidariedade aos índios, no início da manhã manifestantes ocuparam a avenida Radial Oeste, uma das principais da cidade, paralisando totalmente o trânsito. O protesto foi dispersado com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta e os manifestantes que resistiram foram retirados à força da via.

Oficiais de Justiça chegaram por volta das 8h, com o documento de imissão de posse deferido pela Justiça Federal a pedido do governo do estado. Acompanhados de integrantes do governo, de deputados estaduais e vereadores, eles tentam convencer os índios e demais ocupantes do antigo museu a saírem pacificamente. As negociações não obtiveram sucesso abrindo caminho para a intervenção “mais incisiva” da PM.

Famílias protestam sobre o muro do antigo Museu do Índio

Museu Olímpico
O prédio do antigo Museu do Índio foi construído no século 19 e abrigou o Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo Marechal Candido Rondon. Já como museu, o local teve entre seus diretores o antropólogo Darcy Ribeiro.

No terreno, o governo do Estado deve construir o  Museu Olímpico.


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