Muitos são os motivos para Lúcio Vilar, coordenador-geral do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, comemorar. A sétima edição do evento, ocorrida entre 9 e 14 de dezembro, já entrou para a história do festival. “O resultado foi muito acima do que esperávamos. Isso dá fôlego para tocarmos o próximo.”
Já nas primeiras edições do Fest Aruanda, Vilar queria que o festival de cinema não fosse apenas uma vitrine para exibição de filmes, mas um espaço para reflexão do fazer cinema e para prestar justas e merecidas homenagens àqueles que se dedicam ou se dedicaram à sétima arte. Como acontece todos os anos, a sétima edição realizou importantes seminários, coordenados e moderados pela jornalista Maria do Rosário Caetano. Um deles foi Cinema de Não Ficção: Um Gênero em Permanente Reinvenção, que contou com a participação de Lúcio Murat, diretor de documentários e ficções, e Wladimir Carvalho, documentarista. “Cada vez mais essas fronteiras entre ficção e documentário se ampliam. Muitas vezes, fica difícil demarcar os limites entre elas”, afirmou Murat, que apresentou o documentário Uma Longa Viagem. Do Auto da Compadecida ao Cordel Encantado – A Cultura Popular na Teledramaturgia Brasileira foi tema de outro seminário, que teve a presença de Thelma Guedes e Duca Rachid, autoras da novela Cordel Encantado (TV Globo) que ganhou o prêmio de melhor novela de 2011 da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) – um feito para uma novela do horário das seis. “É bom falar sobre dramaturgia na televisão e cultura popular em um Estado que transpira e inspira cultura popular”, disse Thelma Guedes.
Emoções
“A homenagem que esse festival presta para mim está sendo dada em vida. Rezo a cartilha do velho e saudoso Nelson Cavaquinho, que dizia que se tivessem que homenageá-lo, que fosse em vida. E vocês estão fazendo isso agora comigo”, disse o ator Antônio Pitanga, quando subiu ao palco na abertura do Fest Aruanda. A emoção tomou conta do lugar quando Camila Pitanga, filha do ator, apresentou o seu mais recente trabalho no cinema, o filme Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios, de Beto Brant e Renato Ciasca – com lançamento previsto para março. “Você não sabe a alegria que estou sentido ao ver meu pai tão feliz com essa homenagem que, sem falsa modéstia, é merecida”, afirmou ela.
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Os filmes exibidos na programação nessa edição do Fest Aruanda agradaram ao público, que lotou a sala do Hotel Tambaú nos seis dias do evento. Uma das sessões que mais emocionou foi Teus Olhos Meus, de Caio Sóh, que fala de uma relação entre um homem maduro e um jovem músico sonhador. O filme que já havia vencido o prêmio de público da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo do ano passado, saiu com mais um prêmio do público, que o escolheu como o melhor filme desta edição do Fest Aruanda. “Mais uma vez meu filme consegue tocar o público de um festival. Espero que esses prêmios consigam ajudá-lo no lançamento”, afirmou Sóh.
Mas o grande momento do festival aconteceu no encerramento, quando foi exibido o filme Raul – O Início, o Fim e o Meio, de Walter Carvalho, que faz um bonito retrato do eterno “Maluco Beleza”, Raul Seixas (veja reportagem na página 74). O filme conseguiu superar a lotação do filme, exibido em 2009, e atingiu os corações e mentes das mais de 600 pessoas presentes, que cantaram as músicas de Raulzito e se comoveram com a exibição do longa.
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