Foto Divulgação
Em meados de 1962, navios atravessaram as distantes águas do oceano Pacífico em direção ao leste do globo. No ano seguinte, os primeiros imigrantes vindos da Coreia do Sul chegavam ao Brasil, acompanhando o ritmo do avanço econômico no país e buscando o sonho de uma vida mais tranqüila e abastada no país tropical, tão distante e distinto de sua terra de origem.
Em 2013, a imigração coreana no Brasil completa cinquenta anos. Em 2012, cerca de 50 mil coreanos vivem no País, 90% deles no Estado de São Paulo. Para celebrar a marca, a organização Korea Foundation realiza neste ano a primeira edição do Festival da Corea no Brasil, que apresentará ações culturais do país nas cidades de São Paulo, Recife, Brasília, Piracicaba, Curitiba e Porto Alegre. “Nossa principal missão é fazer amigos para a Coreia ao redor do mundo”, explica Woosang Kim, presidente da Korea Foundation.
O festival – que começa oficialmente na noite desta quarta-feira, dia 15 – será aberto com a inauguração da exposição O Espectro Diverso: 600 anos de Cerâmica Coreana, que colocará 96 históricas peças de arte em exibição no MASP, em São Paulo. O evento, que terá cobertura da Brasileiros, segue em exposição até o dia 25 de novembro. Além da exposição de cerâmicas, o Festival realizará ações nas áreas de música, dança, teatro e cinema.
Diretora-geral do Museu Nacional da Coreia, Kim Yougna falou sobre a curadoria das atividades coreanas que serão exibidas no país no novo festival. “Nós gostaríamos de ir a cidades diferentes para mostrar uma visão diferente do nosso país, além da área acadêmica. Nós pensamos que juntos os projetos podem mostrar o que a Coreia é hoje”, afirma.
Entusiasmado, Woosang aponta as semelhanças entre os dois países, e fala sobre a esperança de que as relações – atualmente quase exclusivas no âmbito comercial – possam se tornar pessoais no futuro. “Com este festival nós queremos que os brasileiros criem interesse sobre a Coreia, para que no futuro possam nos visitar. Realizando este tipo de performances e exibições de cultura e arte, além de introduzir seminários sobre a Coreia, esperamos que alguns de vocês tenham a oportunidade de ir até lá e ver com seus próprios olhos”.
Para Woosang, o festival oferecerá uma chance de que os países possam se conhecer melhor e criar vínculos mútuos de interesse. “Nossa relação comercial tem ido muito bem, nós importamos muitas coisas de seu país, e também vendemos muitos eletrônicos aqui, mas no nível pessoal nós não nos conhecemos muito, então achamos que esse tipo de oportunidade é uma boa chance para isso”, diz o empresário.
A esperança de Woosang Kim já parece estar se concretizando, mesmo que aos poucos. Com o apoio da Korea Foundation, a USP abrirá a partir do ano que vem um curso de língua coreana. Para celebrar o acordo, o festival também terá uma série de palestras em estudos coreanos e um Seminário Brasil-Coreia, que visará discutir os planos acadêmicos entre os dois países.
Em setembro deste ano, o país asiático receberá 87 estudantes brasileiros que serão enviados através de programas do governo para estudar tecnologia e desenvolvimento em Seul, apontada como a mais importante cidade do mundo em termos tecnológicos. “É uma questão de tempo. São 50 anos de imigração e história e ainda assim não nos conhecemos muito bem, mas queremos mudar isso”, completa o presidente da fundação.
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