Festival Mix Brasil e Coppola em São Paulo

Deus nos dará a bênçãoQueridos, hoje começa o Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade Sexual, já na sua 18ª edição. Vi muitos bons filmes nesses anos todos, outros nem tanto, mas sempre achei o máximo ter uma mostra de cinema gay. No início, era divertido ver como muita gente fugia assim que as luzes do cinema se acendiam, pois tinham medo de ser flagradas vendo filmes gays. Confesso que, quando estava saindo do armário, eu era um deles! O Brasil mudou muito na última década, basta ver que, nesse final de semana, serão realizadas paradas gays em cidades mínimas, como Castanhal, no Pará, e Catalão, em Goiânia. Já são mais de 150 paradas gays Brasil afora, isso é uma revolução. O Festival de Cinema não apenas acompanhou esse processo, como fez sua parte, trazendo o cinema gay contemporâneo para São Paulo e Rio de Janeiro. Na abertura de hoje à noite, será exibido Contracorrente, filme peruano, com uma bela história, promete muito, como é tradicional na abertura do festival. Ano passado, o filme de abertura foi o controvertido longa-metragem brasileiro Do Começo ao Fim, que tinha tudo para ser bom, mas que me frustrou muito. Tudo bem, cinema é assim, alguns saíram chorando, vamos ver esse ano.

Cinema gay, cinema para gays, cinema da diversidade sexual, não importa como você o chame, o fundamental é que nós somos mostrados na telona. O mundo nos vê como realmente somos. Isso é lindo! Impossível não lembrar de grandes clássicos, como Querelle, obra prima de Genet e de Fassbinder, com a cena de sexo mais fantástica que já vi filmada, e também do blockbuster Brokeback Mountain, que quebrou paradigmas, quase ganhou o Oscar, e mostra o beijaço de Heath Ledger e Jake Gyllenhaal, eleito o melhor da história do cinema. A última notícia, maravilhosa, é a vinda ao Brasil de ninguém menos que Francis Ford Coppola, que virá no final do mês para divulgar seu último filme, Tetro. O trailer do filme é lindíssimo, um jogo de sombras preto e branco de encher os olhos. Coppola, que filmou Patton,  a trilogia de O Poderoso Chefão, Apocalypse Now, Outsiders, e por aí vai, é definitivamente o meu Deus no cinema.Abraços do Cavalcanti.


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