O ex-presidente cubano Fidel Castro ofereceu ajuda aos Estados Unidos para combater o ebola e evitar que a doença se propague pela a América Latina. “Temos prazer em cooperar com os americanos nessa tarefa; e não na busca da paz entre dois Estados que têm sido adversários durante tantos anos, mas pela paz no mundo, um objetivo que podemos e devemos ter em mente”, disse Fidel em um artigo publicado neste sábado (18).
No texto intitulado “A hora do dever”, ele afirma que ao cooperar com o país vizinho, com quem Cuba não tem relações diplomáticas desde 1961, se evita que o ebola se espalhe e protege a população de Cuba e de toda a América Latina. O ebola já matou mais de 4.500 pessoas, a maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que haja, nesses três países, mais de 9 mil pessoas infectadas pelo vírus, que mata em 70% dos casos.
Fidel diz ainda que a decisão de enviar os médicos e enfermeiros não é fácil: “É inclusive mais difícil do que enviar soldados para combater e morrer por uma causa política justa”. Na segunda-feira (20), os noves países que compõem a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da América), que inclui Cuba, Bolívia e Equador, vão se reunir em Hava para definer uma estratégia conjunta de prevenção e combate ao ebola.
Cuba já enviou mais de 160 médicos e enfermeiros à África ocidental para ajudar no combate à epidemia e já anunciou o enviou de mais profissionais à região – uma decisão elogiada pelo governo americano.
Na sexta-feira (17), em uma declaração inédita, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, reconheceu o papel de Cuba na luta global contra o ebola e pediu mais colaboração internacional. “Cuba, um país de apenas 11 milhões de habitantes, já enviou 165 profissionais da área da saúde e está considerando enviar mais 300”, disse Kerry, dizendo que atos como esse eram “uma prova real de cidadania internacional”.
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