Filme sobre Lula desperta amor e ódio até em quem não viu

Em tempo: o São Paulo acaba de perder do Botafogo por 3 a 2, no finalzinho do jogo. Fiquei triste, claro, porque este jogo poderia ter sido o do título, se aquelas duas bolas na trave tivessem entrado Mas não tem “se” em futebol. Agora tudo conspira a favor do Flamengo. E o Botafogo, pela luta do começo ao fim, acabou merecendo a vitória. Vida que segue.

Em tempo 2: o Flamengo bobeou, empatou em 0 a 0 com o Goiás, e o São Paulo continua líder absoluto do campeonato. Estamos a dois jogos do tetra/hepta. Há muito tempo não tínhamos um final de Brasileirão tão emocionante. Agora seja o que Deus quiser.

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Os assuntos mais comentados da semana

Balaio

Humildade e humor: 82

Foz do Iguaçu, 39 graus: 35

Futebol: 35

Folha

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Lula: 65

Veja

Caso Geisy arruda: 27

Apagão do governo Lula: 22

Enade com propaganda do governo: 15

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O filme brasileiro mais badalado do ano só estréia nos cinemas no começo do ano que vem. Muito poucos o viram até agora. Mas “Lula, o Filho do Brasil” já deve ser o filme mais lido do cinema brasileiro.

Há meses, jornais, revistas e portais de internet escrevem todo dia quilômetros de textos para falar do filme – falando bem ou mal, não importa. Todo mundo acha que tem a obrigação de escrever sobre o filme. Nas cartas e comentários de leitores que ainda não viram o filme de Fábio Barreto, também não tem meio termo: Lula sempre desperta amor e ódio na mesma medida, qualquer que seja o enredo.

Já que é assim, também resolvi hoje escrever sobre o assunto, embora só vá assistí-lo no próximo sábado, em São Bernardo do Campo, graças a um convite que recebi dos produtores – entre eles, meu velho e bom amigo Roberto d’Ávila.

“Lula, o mito, a fita e os fatos” é a capa da Veja desta semana. Mostra Lula com cara de bravo e o ator que o interpreta no filme fazendo um inflamado discurso do tempo em que o hoje presidente era líder metalúrgico.

A chamada de capa já resume o que a revista julga a respeito: “Pago por empresas privadas com interesses no governo, o filme sobre a vida do presidente é um melodrama que depura a sua biografia, endeusa o político e servirá de propaganda em 2010″.

Será mesmo? A esta altura, o que menos interessa é a obra cinematográfica – a direção, o roteiro, a fotografia, os atores -, mas o uso que se fará dele no ano da eleição presidencial, embora o filme termine antes de Lula iniciar sua carreira política.

Tenho para mim, e até adversários severos de Lula concordam, que o mito já está criado faz tempo, e o filme dificilmente terá o poder de mudar o que os brasileiros pensam a respeito deste personagem improvável na cena política brasileira.

Como tudo virou um Fla-Flu no Brasil quando se trata de governo e oposição, acho difícil alguém mudar sua opinião sobre Lula – e mais ainda sobre a sua candidata Dilma Roussef – só porque uma ou outra cena não corresponde exatamente à vida real, assim como ninguém vai mudar de time por causa de um artigo de revista ou jornal.

E os leitores do Balaio, o que pensam sobre o filme que ainda não viram?


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