No mês em que se inicia a Copa do Mundo, principalmente por ser realizada no País, os cinemas brasileiros optam pela precaução. O evento, inclusive, fez com que grandes superproduções, que deveriam estrear no período das férias escolares, fossem antecipadas. Portanto, neste mês, com o público nos estádios ou em frente à televisão, os blockbusters dão lugar a títulos mais modestos, mas nem por isso inferiores. Pelo contrário, são filmes de qualidade.
Para chorar
O maior lançamento é, sem dúvida, a adaptação para as telas do romance A Culpa é das Estrelas, de John Green. Best-seller, o longa de Josh Boone chega aos cinemas envolto em expectativas. Na trama, a jovem Hazel (Shailene Woodley) se apaixona por Gus (Ansel Elgort) e, junto dele, vai descobrir os prazeres do amor e da vida a dois. A história segue os velhos e açucarados clichês – com a exceção de que lutam contra o câncer.
Saramago na tela
Outro roteiro adaptado de uma obra literária é O Homem Duplicado. Baseado no romance homônimo do escritor português José Saramago, o filme traz Jake Gyllenhaal como um professor de história insone e depressivo cuja vida muda após ver um ator muito parecido consigo em um filme. Ele passa a perseguir o seu duplo, trazendo sérias consequências à vida de ambos e todos ao seu redor.
Mundo verde
Exibido na abertura do Festival do Rio do ano passado, a produção franco-brasileira Amazônia mira no público estrangeiro que chega ao País para assistir aos jogos da Copa. Apresentado em 3D, o filme promete impressionar. Com roteiro de Luiz Bolognesi e diálogos escritos por Luiz Roberto Torero, o filme do diretor Thierry Ragobert parte do ponto de vista de um macaco domesticado, único sobrevivente de um desastre de avião, e mescla ficção e documentário. Assim, a história tenta dar conta da complexidade da maior floresta tropical do mundo. O resultado é uma bela e profusa coleção de imagens da fauna e da floral local. A consultoria artística leva a assinatura do fotógrafo de natureza Araquém Alcântara.
Tim Lopes
Para quem prefere documentários, dois títulos devem agradar: Tim Lopes – Histórias de Arcanjo aborda a vida e a carreira de um dos maiores jornalistas investigativos do Brasil, torturado e morto numa favela carioca, em 2002, enquanto apurava uma denúncia, em um caso que ganhou repercussão em todo o mundo e gerou comoção nacional. A trajetória do jornalista é revista por seu filho, o também jornalista Bruno Quintella
Música
O circuito também abre passagem para prestigiados diretores. Clint Eastwood, por exemplo, apresenta Jersey Boys, sobre o grupo pop Four Seasons, de grande sucesso nos anos de 1960 e liderado por Frankie Valli que, em carreira solo, estourou com o hit Can’t Take My Eyes Off You.
Grande elenco
O diretor Wes Anderson, de Os Excêntricos Tenenbaums, chega aos cinemas com O Grande Hotel Budapeste, filme de abertura da mais recente edição do Festival de Berlim e de elenco impecável, com nomes do calibre de Jude Law, Tilda Swinton e Ralph Fiennes.
Povo na rua
O documentário Junho – o Mês que Abalou o Brasil, de João Wainer, examina as manifestações que pararam as principais cidades brasileiras no ano passado e se transformaram em uma revolta generalizada contra a corrupção, a falta de serviços públicos e o excesso de gastos com o Mundial de Futebol. Um ano depois, ainda carregam consigo alguns efeitos: mesmo que menores, novos protestos continuam ocorrendo nas principais capitais brasileiras e devem acontecer mesmo durante a Copa.
Deixe um comentário