Fim do mundo já tem data

O mundo vai acabar. O problema sempre foi saber quando isso ocorrerá. Agora, porém, colocaram data de expiração no planeta. A revista “Astrobiology” publicou em sua edição mais recente, a data aproximada da sentença de morte. O autor é o astrobiólogo Andrew Rushby que decreta o fim de tudo entre 1.5 bilhão e 2.25 bilhões de anos.

Isso significa que a Terra pode ter uma sobrevida de 1.25 bilhão de anos. O que não é pouca porcaria. Quase o dobro da primeira data do apocalipse. Que raio de cálculo é este? Onde esse astrobiólogo aprendeu aritmética? É como dizer que uma pessoa vai morrer aos 80 ou 160 anos. Mas a previsão não tem erro: quem vai estar por aqui para desmentir Rushby?

Imagine um sujeito daqui a 900 milhões de anos, o planeta sendo engolido pelo Sol, e ele dizendo: “É… Mas o Rushby garatiu que isso não aconteceria nos próximos 125 milhões de anos ou mesmo daqui a 1.5 bilhão!”. Surpresa! O cálculo estava errado. O pior é se esse equívoco se dá para mais. Bate o prazo de validade de 2.5 bilhão e nada acontece. Uma vergonha: multidões peladas dançando nas ruas, beijando a boca de quem não deveria (como diz Carmen Miranda no samba “E o mundo não se acabou”, de Assis Valente).

Acho que não verei o espetáculo, seja lá em 1.25 bilhão ou 2.5 bilhões de anos. E não estou afim disso. Aquele bruta calor, com o sol cada vez mais impiedoso. Os estoques de chope acabando, os filtros solares sumindo das prateleiras, os ar-condicionados não dando conta de refrescar o ambiente. Isso, claro, é o que já está acontecendo neste momento. Calcule, então, quando o astro rei estiver distante da Terra como Ipanema está da Barra.

O abraço caloroso daqui a 1.25 bilhão ou 2.5 bilhões de anos acontecerá porque o Sol terá consumido todo seu combustível de hidrogênio. O fenômeno provocará a expansão da estrela. Primeiro ela engolirá Mercúrio e Vênus. Para mim, tudo bem: não conheço ninguém por lá. Mas depois o bichão entrará na orbita da Terra e estaremos fritos. Deste modo, repare, o Sol estará dando uma de Saturno – que devorava seus próprios filhos. Uma baita confusão: é o fim do mundo. Mesmo.


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