Caros leitores,
antes do texto sobre futebol, reproduzo abaixo a amável mensagem que recebi de dona Mariza, esposa do vice-presidente José Alencar, a respeito de uma conversa que tivemos esta semana no hospital Sírio-Libanês (publicada no Balaio de terça-feira):
“Prezado Kotscho
Lamentamos não termos nos encontrado no dia 13/7, às 17h55, pois todos nós da família apreciamos muito o seu papo.
É possível que tivéssemos acabado de descer por outro elevador, deixando no apartamento a enfermeira Jaciara, que nos substitui à noite.
Agradecemos o toque humano de seu belíssimo texto, que muito nos sensibilizou a todos da família.
Pedimos que estenda nossa gratidão aos leitores que manifestaram sua generosa solidariedade ao José.
Atenciosamente,
Mariza Campos Gomes da Silva”
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Com vergonha na cara, o meia Hernanes não fugiu dos repórteres do Sportv na saída do gramado do Mineirão, onde o São Paulo tinha acabado de tomar mais um baile, desta vez perdendo por 2 a 0 para o Atlético Mineiro, o líder do campeonato.
“Chegamos ao nosso limite porque pior não fica. Foi vergonhoso!”, resumiu ele a ópera, que deixou o tricolor a um ponto da zona de rebaixamento para a 2ª divisão.
Ao final do jogo, vendo o time encolhido em seu campo, sem nenhum poder de reação, só assistindo ao olé cantado pela torcida do Galo, que levou mais de 50 mil pessoas ao Mineirão, cheguei a uma triste conclusão.
Para fugir da degola, ameaça que a cada dia se torna mais real, o São Paulo vai ter que resolver cinco problemas ao mesmo tempo.
Apenas cinco: são quatro dentro do campo – o gol, a defesa, o meio de campo e o ataque – e um fora – o patético técnico Ricardo Gomes, que fica o jogo todo estático à beira do gramado, como se não acreditasse no que está vendo e sem a menor idéia de como evitar mais um vexame.
Dos cinco problemas, os mais fáceis de resolver são o do gol, onde os dois reservas, Denis e Bosco, não inspiram a menor confiança – Rogério Ceni deve voltar logo – e o do técnico, dispensando-o logo, antes que não haja mais tempo de evitar o rebaixamento.
E o resto? A melhor defesa do Brasileirão do ano passado virou uma peneira, o meio de campo só vê a bola passar de um lado para outro, o ataque não existe.
Técnico não ganha jogo, tudo bem, mas pode ajudar a perder, se não souber pelo menos botar o time para jogar. Com esses mesmos jogadores, o São Paulo foi tricampeão no ano passado, mas já vinha mal neste Brasileirão com Muricy. Sem os seus gritos, o time simplesmente parou de jogar.
A única jogada do time, quando consegue recuperar a bola, é dar um chutão para a frente. Miranda fez isso umas 50 vezes contra o Atlético e a bola voltava sempre para o campo do São Paulo.
Ainda tem comentarista dizendo que o São Paulo possui um bom elenco. Onde? Tem jogador que já está com o prazo de validade vencido (Jorge Wagner, Hugo, Borges, Richarlyson, Zé Luis, Dagoberto), tem outros que só estão esperando uma chance de ir para a Europa (Hernanes e Miranda) e tem os bondões do Fluminense (Washington, Júnior Cesar e Arouca).
Até o menino Oscar, que ainda vai completar 18 anos, a grande esperança do São Paulo para este ano, corre o risco de se queimar no meio desta zona que virou o time do São Paulo.
Time? A verdade é que, de uma hora para outra, o São Paulo ficou sem time. A diretoria precisa arrumar outro urgentemente antes que a camisa do tricolor hexacampeão brasileiro, tri da libertadores e tri mundial vire motivo de chacota nas ruas.
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