Fundação Bienal anuncia oficialmente a 30° Bienal Internacional de São Paulo

Depois de um imbróglio judicial de quase quatro meses, hoje, quinta-feira, 12 de abril, foi oficialmente anunciada a trigésima edição da Bienal Internacional de São Paulo, que acontecerá entre os dias 7 de setembro e 9 de dezembro deste ano. O anúncio foi feito por Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal, entidade que promove o evento.

Com o tema A Iminência das Poéticas e curadoria do venezuelano Luis Pérez-Oramas, a mostra reunirá 110 artistas de diferentes países, sendo 23 deles brasileiros – alguns pouco conhecidos do grande público, como Alberto Bitar e Cadu Costa, e outros consagrados, como Waldemar Cordeiro e Arthur Bispo do Rosário, de quem, anunciou Pérez-Orama, serão exibidas obras nunca vistas pelo público.

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Curador de arte latino-americana do MoMA, em Nova York, Pérez-Orama foi entrevistado em 2011 pela revista ARTE!Brasileiros (leia http://www.revistabrasileiros.com.br/2011/03/17/a-bienal-deve-criar-significados/), na ocasião em que seu nome foi anunciado para a curadoria da 30ª Bienal. Na ocasião, ele defendeu a importância do conteúdo apresentado na mostra: “A curadoria é um modo de discurso e o discurso torna-se eficaz na sua articulação. Esta será uma Bienal contra o que eu chamo de ‘sociedade do consumo artístico’. Acredito que se deve ter uma responsabilidade social, política, cultural e poética e queremos obter significado, para produzir significado e beleza”.

Na coletiva de hoje, questionado sobre o baixo número de artistas brasileiros – um possível reflexo da escolha de um estrangeiro para conduzir o evento – Pérez-Oramas foi enfático: “A maioria dos artistas não são brasileiros, e não são conhecidos do grande público, mas não pretendemos ter um equilíbrio entre artistas consagrados e emergentes, e a importância das obras também não passa por essa distinção de origem”.

Sobre o tema A Iminência das Poéticas, que dará unidade as “constelações” (como serão chamados os conjuntos de trabalhos apresentados por cada um dos artistas), Pérez-Oramas defendeu seus propósitos com metáforas e rechaçou saudosismos: “A iminência é nosso destino. É aquilo que acontecerá e não sabemos. A poética é nossa arma, e a arte é a arma não violenta fundamental para que o mundo mude. Não sou contra nada, mas se existe algo que jamais defendo é a nostalgia. Defendo a memória e não a nostalgia”.

Fato inédito, especialmente articulado para a celebração dos 30 anos da mostra, foi anunciado por André Stolarski, coordenador de comunicação da Fundação Bienal: desta vez, o evento terá, ao invés de um, 30 cartazes, criados por 30 diferentes artistas em workshops. A iniciativa foi documentada e pode ser assistida no site www.idbienal.org.br

Outra importante face da Bienal, o núcleo educativo, terá nessa próxima edição propostas ambiciosas. Segundo a curadora Stela Barbieri, 20 mil professores das redes públicas e privadas serão atendidos, 3 mil deles com formação à distância, e 200 mil estudantes serão recebidos pelo núcleo, que costuma atender 60% do público da Bienal. Em 2012, o orçamento previsto para este núcleo é de R$ 4 mi, de um total de R$ 21 mi para toda a Bienal. Já foram captados R$ 11 mi e R$ 6 mi estão na reta final das negociações. Outros R$ 4 mi aguardam apoiadores, mas agora é fato: a Bienal de São Paulo continua sob o comando da Fundação Bienal.

 

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http://www.revistabrasileiros.com.br/2012/03/19/bienal-no-mam-em-2012/

 


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