Meus caros, deixando a Grã Bretanha, onde as forças armadas promovem campanhas para atrair homossexuais e sacerdotes gays que têm suas relações conjugais abençoadas pela Igreja Anglicana, vamos cruzar o Atlântico e ver o que acontece nos Estados Unidos. Todos sabem do fuso horário que separa o reino de Elizabeth II da América: enquanto em Londres é meio-dia, em Washington é 1995. Os americanos irão às urnas para eleições legislativas em novembro. Está claro que a ruidosa militância gay vai manter sua agenda no debate eleitoral, e terá, em ambos os partidos, surpresas boas e más. O senador democrata Evan Bayh, histórico simpatizante das causas gays, não vai tentar a reeleição, mais uma baixa desde a morte de Ted Kennedy e a saída de Hillary Clinton, e seu provável sucessor, Brad Ellsworth, já votou contra nós mais de uma vez. Curiosamente, no Partido Republicano, boas novas, pois o fortíssimo ex-vice-presidente Dick Cheney declarou seu apoio à entrada dos gays nas forças armadas, derrubando a lei don’t ask don’t tell. Lembrem-se de que o ex-secretário de estado Colin Powell, já nos deu igual apoio há poucas semanas.
Dois fatores vão influenciar as eleições: primeiro, a percepção, bastante realista, de que eles estão seriamente atolados nas guerras do Iraque e Afeganistão, precisam de todos os homens por lá, gays ou não, e nessas horas nós servimos; e uma pesquisa de opinião da rede CNN mostrou que 70% dos americanos já apoiam a entrada dos gays nas forças armadas, o tema não assusta mais.
Enquanto isso, no Brasil, fuso horário de menos um século com relação a Londres, o senador Crivella, que por baixo nivela, quer devolver o Projeto de Lei 122/06 a novos e desnecessários debates, perigosos diante da poderosa e bem articulada máquina evangélica, que já não teve pudor algum em fraudar a enquete do Senado sobre o tema. O projeto de lei já foi suficientemente debatido e votado, e esta proposta, aparentemente democrática, é uma evidente armadilha. Teremos um bom ano pela frente, mantendo nossas esperanças no judiciário, daqui e de lá.
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