Gareth Thomas

A fera jogando!
A fera jogando!

Faz tempo que eu queria falar deste homem, Gareth Thomas, um dos maiores jogadores de rúgbi da Grã Bretanha, que saiu do armário, se declarou gay, deixando de cabeça para baixo a torcida e a mídia esportiva do mundo todo. Um homão desses, que não é bonito, tem cara de estivador do cais do porto, mas é enorme, peito, braços e pernas de super-herói, revelou ao mundo que tem um coração dócil, amoroso, quer um namorado para assistir televisão juntinhos, etc. Amei. Nunca tinha ouvido falar dele, tampouco conhecia o rúgbi, em que fortões correm e se atracam violentamente pela posse de uma bola. Thomas é um homossexual difícil de encontrar na mídia, o gay viril, masculino, que mostra muita testosterona no esporte, atleta exemplar, etc. Ele prova que homossexualidade não é incompatível com um esporte desses. Para sair do armário como ele saiu tem de ser macho – isso é que é paradoxo! “Os atletas acabam sendo muito estereotipados”, diz ele, que teve uma dificuldade enorme em se aceitar como gay. Como muitos na mesma situação, casou-se com uma mulher e viu sua vida se tornar um inferno, pois tentava ser o que não era, e nem cogitava em se assumir. Agora, diz que sair do armário foi menos traumático do que imaginava.

Ele quer ser um exemplo para jovens gays, o exemplo que ele mesmo nunca teve. Pode ser mais maravilhoso? Há muitos gays no mundo dos esportes que preferem ficar no armário, e isso não é da conta de ninguém, mas um exemplo desses é valioso para os que sofrem com a situação. Quantos jogadores de futebol declaradamente gays vocês conhecem? Todos os brasileiros vão imediatamente falar de um único, Richarlyson, que nunca se reconheceu gay, mas é tratado – e hostilizado como tal pelo país inteiro. Lógico que ele não é o único, Gareth não o era no rúgbi, mas o preconceito e a ignorância que cercam os esportes trancam todos no armário. E lembram do que disse Raí sobre os bastidores do futebol?


Comentários

12 respostas para “Gareth Thomas”

  1. A história dele é muito legal mesmo, principalmente sendo um atleta de uma esporte como o Rugbi – que eu adoro, mas é de contato fortíssimo – que tem suas legiões de fãs, a maioria homens heterossexuais de classe-média, não exatamente os mais esclarecidos da sociedade britânica.

    Eu espero que as pessoas à volta dele sejam bondosas e que ele possa servir de exemplo para muitos jovens, atletas ou não. 🙂

    Beijocas

  2. BOTA PEITAO NISSO ADOOOOOORO!!!!! O CARA DEVE SER UM CAMINHAO JOGANDO. PERGUNTA A ELE SE EU SIRVO PRA NAMORADO. AS COXAS COM CALÇAO TERMICO DEBAIXO DO CALÇAO BRANCO SÃO FETICHE PURO

  3. Meu caro, adorei a história.
    E eu, sendo gay desde sempre, assumi logo. Para mim mesma. Porque para os outros, principalmente no trabalho, demorou um pouquinho. Mas sobrevivi, deu tudo certo e hoje em dia as colegas ficam me perguntando se estão bonitas, dizem que vão mudar de vida porque estão cansadas dos maridos… virou small talk.
    A vida é muito boa para a gente perder tempo tentando ser o que não é. Em todos os sentidos.
    Força, gente!
    Beijas.

    1. Baronesa, vossa sabedoria ilustra este humilde blog – vou adotar a exoressão “small talk”, ok?

      Beijas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.