Cerca de 500 garis protestam em frente à sede da prefeitura do Rio na manhã desta sexta-feira na Cidade Nova, centro. Com um carro de som, líderes do movimento grevista informam que a greve que já dura sete dias vai continuar até que o prefeito Eduardo Paes os receba para negociar.
Porta-vozes do movimento, Célio Viana, negou que o motivo da greve seja político. “Nunca foi político. O que queremos é melhores condições de trabalho e um salário decente. Nesses dias todos não houve nenhuma baderna ou quebra-quebra” disse ele. “Queremos negociar sem o sindicato, diretamente com o prefeito”, disse.
Estudantes universitários e representantes de sindicatos de outras categorias, como a dos petroleiros e dos professores, também participaram do ato. Algumas entidades anunciaram apoio financeiro para a custear material informativo entre outros gastos do movimento.
Há um ano e meio na companhia, a gari Lia Nicolau aderiu à greve ontem. “Trabalhei todo o carnaval e resolvi entrar para greve ontem, pois vi muita covardia contra os garis”, disse. “Tenho medo sim de perder o emprego, mas não podia ficar calada” contou. Segundo ela, a maioria dos trabalhadores da região onde ela trabalha, em Campo Grande, zona norte da cidade, está de braços cruzados.
Outra gari, que trabalha na Ilha do Governador, zona norte, e não quis se identificar, afirmou que na sua gerência ninguém está trabalhando. “Muitos aderiram na segunda-feira. Trabalhar como a gente trabalha, de sol a sol, fim de semana, feriado, catando bicho morto, encontrando até gente morta. A gente merece ganhar muito mais que R$ 874”, argumentou.
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