Muitos reclamaram que eu não falo muito sobre as relações entre gays e lésbicas. Nenhum preconceito, lógico. Tenho uma prima querida, que é comentarista esportiva e um ícone lésbico, e minha melhor amiga é lésbica, de cabeça raspada, linda. Conversei com as duas antes de escrever este post, pois, salvo muita brincadeira que eu hesitava em inserir, não me ocorria o que dizer. A bem da verdade, gays e lésbicas, por sentirem atração por pessoas do mesmo sexo, integram o “sindicato”, atualmente conhecido por comunidade LGBT, para inserir os bissexuais e transexuais. Vale dizer que temos em comum o preconceito da sociedade em aceitar os homossexuais, femininos e masculinos, e, na maioria dos casos, a dificuldade pessoal em aceitarmos a nós mesmos como somos, e assim sermos aceitos por nossas famílias. Fora isso, caímos na afirmação obrigatória de que somos todos pessoas normais, e que você deve lidar com dezenas de lésbicas e gays no seu cotidiano sem se aperceber disso.
Sindicato à parte, lésbicas, gays e héteros têm sim hábitos sociais e costumes muito diferentes, o que é natural. Para início de conversa, eu já disse que gay frequenta balada gay e lésbica frequenta balada lésbica, e são bares e casas distintos. Misturar é difícil, muitos já tentaram. Qual a grande casa noturna só para meninas em São Paulo? Tirando um bar na Vila Madalena e outro no Itaim, não ouvi a indicação de nada de maior dimensão, ou de realmente novo. Elas são socialmente low profile, enquanto nós tranformamos nossas baladas em um show permanente. Minhas amigas, rindo muito, também insistiram que eu dissesse que, no mundo, sejam gays, lésbicas ou héteros, os pares primeiro se conhecem e desenvolvem um contato mais próximo, e, fatalmente, acabam na cama. Se tudo rolar bem, criam um vínculo de afetividade e namoram, e, depois, tudo dando muito certo, vão morar juntos. Com algumas variações é assim com todos, mas as lésbicas completam este percurso em cinco dias – 48 horas segundo Flávia Bá! E é consenso que, uma vez casadas, vão se trancar em casa, botar as pantufas nos pés, e raramente darão as caras por aí de novo.
Não é raro que alguns escribas ou figuras midiáticas tentem por fogo entre gays e lésbicas, mas, via de regra, as coisas são assim. Nós somos diferentes, mas nos entendemos e nos respeitamos, cada vez menos nos prendemos a estereótipos, e sabemos rir de nós mesmos. Serão os héteros, algum dia, capazes de nos ver e tratar assim?
Beijos do Cavalcanti.
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