Queridos, nada como iniciar uma semana já na terça feira, com nossa vaga na Copa de 2010 garantida, e a lembrança de Maradona roendo as unhas. Futebol é mágico, é capaz de levantar nosso astral. Às vezes derruba, é verdade, mas o efeito coletivo é lindo. Vamos jogar novamente amanhã, e já nem precisamos ganhar para ir para a Copa, mas quem não vai ver o jogo e torcer pelo Brasil? Futebol é mágico, pois dentro do campo se dissolvem barreiras que fora parecem intransponíveis. Para chegar à seleção, tem que jogar muito bem, e aí não importa se é negro, mulato ou branco. Pelé é negro, assim como a maioria da seleção atual, e Kaká é bem branquinho. Aliás, Kaká vem de uma família bastante abastada, quebrando o mito de que só garoto pobre dá bom jogador. No futebol, rico e pobre são iguais, desde que joguem bem. Isso vale também entre nações, e a República dos Camarões pode muito bem derrotar os Estados Unidos no campo. Futebol é laico. Jogadores de todas as religiões jogam lado a lado, ou se enfrentam, e não é guerra nem conflito, é esporte. Bárbaro.
Mas tem uma barreira que a magia do futebol ainda não derrubou, e é exatamente a da diversidade sexual. Gays não têm lugar nesta linda história. Futebol é um universo muito masculino, é homem, suor e testosterona para todo lado, e isso faz com que se pense que gay não pode chegar perto, que não daríamos conta do recado, que não podemos nem nos misturar com outros homens. Mas não é bem assim. Se isso fosse regra, o exército de sua Majestade a Rainha Elisabeth II da Inglaterra não faria campanhas para recrutar mais gays, declarando que nós podemos ser excelentes militares. O exército de Israel, e aqui eu não vou entrar no mérito de suas ações, também não dá a mínima para a orientação sexual de seus soldados e oficiais. Em ambas, nessas poderosas forças armadas, os gays são respeitados como homens corajosos e competentes, a sexualidade vem depois. E por que não seria assim no futebol e no próprio exército brasileiro?
Ninguém pode dizer que não existem homossexuais no futebol. Se nós estamos em todos os cantos, também estamos lá, estejam certos. Só que lá os gays precisam ficar muito bem trancados em seus armários, pois a homofobia é regra. Pelé declarou, numa entrevista, que se iniciou sexualmente com um gay. Ele mesmo disse isso, sem fazer drama, ponto para ele. Já Kaká, excelente jogador e craque da seleção, apoia um movimento religioso homofóbico. Eu tenho saudades de ver o Pelé jogar, e admiro muito o Kaká dentro do campo, torço para que ele faça muitos gols pelo Brasil, só discordo dele fora do campo. Não vou mencionar Richarlyson, que eu nem sei se é gay, mas que é muito macho quando enfrenta a arquibancada do próprio time, inteira, gritando contra ele.
E vocês, discordam? Acham que os gays devem ficar longe do futebol? Opiniões por escrito, ali no link próprio, por favor.
Abraços do Lourenço.
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