Meus caros, só vou trocar o nome para preservar o óbvio, mas o Luki é um dos meus melhores amigos, gay bem resolvido, gatão, moreno daqueles que arrasa na pista, cheio de amigas. Como eu já disse aqui sobre mulheres muito amigas dos gays, afeto 10 a risco 0 é a regra. Como boa regra, as exceções estão por aí. Me acorda o Luki pelo celular, desesperado, tipo 7 da manhã, horário imoral, e me diz chorando: “Ai, você não sabe o que eu fiz?!”, “Aconteceu, eu me joguei na balada, bebi e tomei uma bala (ecstasy)”. Eu gelei, já fui vendo carros batidos, gente ferida, e ele continuou mais grave ainda: “Eu não quero o mal de ninguém”. “Pronto, dançou!”, pensei, levantei da cama já procurando minhas calças e fui intimando: “Luky, para com o drama e me fala, para médico e advogado (meu caso) a gente tem que contar tudo!”. Eu me preparei para o pior, e ele acrescentou: “A Pati tava comigo”. Patrícia é uma publicitária fofíssima, nunca larga do Luki, são a sombra um do outro, tem mais juízo que ele; “Melhor assim”, pensei, e então ele entregou: “A gente ficou junto”. Eu, subindo pelas paredes, perguntei: “Ficou com você e aí ?”. “A gente ficou, rolou!”. E então a ficha caiu feito quadro em ventania: “Luky você transou com a Pati, rolou sexo, é isso?”. Quase do parapeito da janela ele completou: “É, foi, me ajuda, o que eu faço?”. Alívio total, só consegui dizer: “Manda flores, imbecil !”. O soluço diminuiu, e ele terminou dizendo: “Só me aconteceu três vezes na vida, e logo com ela!”.
Fosse o contrário, um hétero que, numa balada, transa com um gay, seria mais fácil vocês entenderem, mas isso acontece com gays também. Luky demorou uns dias para se equilibrar, deu uma alugada no terapeuta, mas tudo acabou bem, ele e Pati continuam amigos.
Eu já falei a vocês aqui, os tempos estão mudando, as pessoas estão mais sexualizadas, sem tanto rigor nos padrões. Os jovens tiram de letra, principalmente as meninas, transam com homens e com mulheres, não estão nem aí. Os meninos sofrem mais, mas eu vejo hordas deles na balada, todos com menos de 20 anos, me chamam de Tio (odeio!), é um susto. As definições de hétero e gay, ou lésbicas, são flexíveis. Isso que está acontecendo com o personagem (ele é um personagem sim!) Serginho, no BBB, é factível, ele pode sim estabelecer uma relação mais afetiva com a menina, e então o sexo acontece naturalmente. Degeneração? 2012? Não, um toque da saúde naquele programa, atualidade, e mais gente feliz, só isso.
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