Gil, fechado pra balanço

GIL PLURAL – Duas das 21 homenagens prestadas ao compositor: Afrogil, do cineasta Ivan Cardoso…

No final de maio, o cantor e compositor Gilberto Gil emocionou o público que lotou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ao se apresentar com a Orquestra Petrobras Sinfônica para celebrar seus 50 anos de carreira. Com repertório composto por 15 clássicos de sua autoria, pérolas de Jimi Hendrix, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga e o parceiro Humberto Teixeira, o encontro foi intitulado Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmos e resultará em um DVD, de mesmo nome, com direção de Andrucha Waddington, a ser lançado pelo selo Biscoito Fino. A apresentação também deu início às celebrações dos 70 anos de Gil, completados em 26 de junho.

Também no Rio, entre agosto e outubro, no Centro Cultural Correios, a mostra Gil 70 reuniu 25 artistas – entre eles, poetas, cineastas e videomakers – convidados para criar trabalhos inspirados na obra de Gil, pelo designer gráfico e poeta André Vallias, curador da mostra. A partir de 11 de dezembro, Gil 70 fará sua incursão paulistana no Itaú Cultural. Entre os artistas que prestam homenagens estão nomes de peso: o amigo Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Ivan Cardoso, José Roberto Aguilar, Lenora de Barros, Antonio Dias e o poeta Augusto de Campos, que, exercitando sua faceta de grande crítico musical, foi um dos primeiros entusiastas da obra de Gil no Sudeste do País. Entre 1964 e 1965, Augusto assinou artigos calorosos em defesa da trupe liderada por ele e Caetano Veloso, chamada “Grupo Baiano”.

…e o tríptico Kaya n’Gan Daya, de Luiz Zerbini

A curadoria de Vallias também privilegiou nomes da nova geração, como o artista plástico Daniel Scandurra, o poeta Gabriel Kerhart e a artista gráfica Ariane Stolfi. Interativa e multimídia, a exposição foi realizada com a colaboração do pesquisador e ensaísta Frederico Coelho e da arquiteta Nelci Frangipani. As obras foram produzidas em diversos suportes – pinturas, grafites, vídeos, fotografias, esculturas e instalações. Ao longo de todo o espaço expositivo, também são disponibilizados aos visitantes 24 displays interativos, que darão acesso a áudio, letras e observações do próprio Gil sobre 70 de suas mais célebres composições.

A mostra ainda tem um desdobramento virtual e disponibiliza conteúdo digital para computadores, tablets e smartphones. Através do portal www.gil70.com, é possível acessar uma antologia de artigos, depoimentos, manifestos e discursos escritos e proferidos pelo artista. Nessa mesma plataforma virtual, também estão disponíveis dezenas de depoimentos audiovisuais, em que amigos como Rita Lee, Fernanda Torres, Arto Lindsay e Jorge Mautner, entre outros, demonstram seu afeto ao tropicalista. Gil, fechado para balanço? O saldo deve ser bom, como diz a velha canção do baiano eternizada por Elis Regina.


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