Governo admite que PIB ficará abaixo de 2% em 2012

A previsão anunciada pela equipe econômica do governo de que o PIB brasileiro cresceria pelo menos 2,5% em 2012 parece ter ficado mesmo para trás. Pela primeira vez, o governo admite que o crescimento pode não ser tão grande quanto o esperado, e o número deve ficar abaixo de 2%.

No primeiro trimestre do ano, o crescimento foi de apenas 0,2%. O PIB do primeiro semestre será divulgado no final de agosto, mas, segundo especialistas, é muito pouco provável de que a recuperação atinja o número previsto no início de 2012.

Nesta sexta-feira, dia 17, o Banco Central divulgou o resultado do IBC-Br de junho. O indicador funciona como uma prévia do crescimento do PIB. O índice ficou em 0,75%, considerado um bom avanço, mas ainda assim insuficiente para as previsões iniciais.

Segundo assessores do governo, a taxa deve ficar entre 1,5% e 1,8% ao final do ano. A esperança para a equipe de economia do governo é de o último trimestre compense os resultados pouco satisfatórios do primeiro.

Para o ministro da Economia, Guido Mantega, o segundo semestre será consideravelmente melhor do que os resultados apresentados até agora. “Passamos o cabo da Boa Esperança e, no segundo semestre, estaremos com a economia crescendo mais do que no primeiro”, disse

O crescimento acumulado dos seis primeiros meses de 2012 ficou em 0,87%, muito aquém do esperado. É o pior semestre desde o ano de 2003, quando o indicador foi criado. Para corresponder às expectativas iniciais governistas, o IBC-Br precisaria crescer 0,6% por mês até o final do ano.

Economistas acreditam que a melhora ira ocorrer, mas de forma mais lenta. Eles consideram que os consecutivos cortes da taxa básica de juros (Selic) também devem impulsionar o consumo dos brasileiros, o que acarretará numa melhora nos índices econômicos.

Apesar da esperança, os economistas ainda se mostram parcimoniosos quanto ao avanço. A crise europeia e a posição da indústria são as principais razões para a cautela. Apesar destes fatores, é esperado que o governo realize mais um corte de 0,5 ponto na Selic neste mês, indo ao índice histórico de 7,5%ao ano.


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