Um porta-voz do governo da Síria rebateu neste domingo, dia 15, acusações de que helicópteros e artilharia pesada tenham sido usados no ataque ao povoado de Tremseh, onde ativistas da oposição afirmam ter ocorrido um massacre. O porta-voz Jihad Makdissi disse que as armas mais pesadas empregadas na operação foram lançadores de granada. De acordo com ele, a ação foi uma resposta militar a grupos armados na região.
Ele também classificou de “precipitada” e “não baseada em fatos” a carta do enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, na qual alega que helicópteros e artilharia foram usados. No entanto, observadores da ONU que estiveram em Tremseh confirmaram o uso de artilharia pelas tropas sírias. A organização internacional disse ainda que o principal alvo dos ataques foi os ativistas de oposição e desertores do Exército.
“Uma gama diversa de armas foi utilizada, incluindo artilharia, morteiros e armamentos de pequeno porte. O ataque a Tremseh parece ter tido como alvo casas e grupos específicos, principalmente de militares desertores e ativistas”, disse Sausan Ghosheh, porta-voz da missão da ONU no país. Ela relembrou que o uso de armamento de guerra é uma clara violação dos termos do acordo assinado entre o regime do presidente Bashar Al Assad e as lideranças da oposição.
A oposição alega que mais de 200 civis foram assassinados na última quinta-feira, dia 12, mas não apresentou provas conclusivas disso até o momento. “Havia poças de sangue e sangue nas paredes de várias casas, assim como cartuchos de munição”, disse a porta-voz da ONU, acrescentando que uma escola foi queimada durante a ofensiva.
Neste domingo, o grupo de observadores da ONU volta a Tremseh para dar continuidade à investigação. Eles ainda não conseguiram determinar quantas pessoas e quem morreu no episódio nem o responsável pelos o ataque. Ontem (14), o governo sírio apresentou na televisão homens capturados no povoado e acusados de serem “terroristas” como suposta prova de que o ataque a Tremseh teria sido uma operação militar contra rebeldes.
Ainda na sexta-feira testemunhas e ativistas de oposição descreveram um cenário de horror no vilarejo de Tremseh. Há relatos contraditórios sobre o que pode ter sido o maior massacre desde o início do conflito na Síria, em março de 2011.
Segundo a oposição, cerca de 220 pessoas morreram em Tremseh. O governo sírio, entretanto, disse que 37 pessoas morreram, e que o vilarejo foi atacado por “grupos terroristas armados”.
Agência Brasil
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