Grafite X Pichação


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Expressões
Em princípio dos anos 1930, um grupo de artistas, Aldo Bonadei, Mario Zanini, Alfredo Volpi, Fúlvio Penacchi, entre outros, conhecido como “Grupo Santa Helena”, mostrou que uma obra de arte poderia ser produzida, por exemplo, por um pintor de paredes. Como a maioria era autodidata e oriunda de classes operárias, houve certa resistência para que se reconhecesse e apreciasse o que eles produziam. Guardada as devidas proporções, os irmãos grafiteiros Otávio e Gustavo Pandolfo, mais conhecidos como Os Gêmeos, penaram muito para que seus grafites fossem considerados obra de arte. Hoje, o grafite é arte e faz parte do que se cunhou chamar de arte de rua (Street Art), assim como outras intervenções artísticas produzidas em lugares abertos. O documentário Pixo, de João Wainer e Roberto T. Oliveira, ao mostrar o dia a dia dos jovens que, em sua maioria, se dedicam a pichar lugares e edificações nas grandes metrópoles, levanta uma questão: pichação, arte ou crime? Assista ao filme e tente responder a essa questão.

Pixo, de João Wainer e Roberto T. Oliveira
Unibanco Arteplex 1. Dia 25, às 22h30
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O inferno astral de um realizador
Quando foi exibido no Festival de Cannes, o documentário O Inferno de Clouzot, de Serge Bromberg e Ruxandra Medrea, causou um certo furor e curiosidade. Hoje, quem for assistir ao filme vai saber o motivo: o documentário resgata trechos do filme Inferno, que o cineasta francês Henri-Georges Clouzot não conseguiu acabar, muito em função de suas obsessões no set de filmagens. Por meio desses trechos filmados por Clouzot, intercalados por depoimentos de antigos colaboradores do diretor e de leituras de partes não filmados por atores, Bromberg e Medrea trouxeram toda a mítica e frescor desse belo filme inacabado de um dos grandes mestres do cinema francês.

O Inferno de Clouzot, de Serge Bromberg e Ruxandra Medrea
Cinesesc. Dia 25, às 16 horas
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Utopia psicodélica
Há quarenta anos, um bando de pessoas, os chamados hippies, se reuniu num local (White Lake, e não Woodstock, EUA) para celebrar “a paz e o amor”. Muitos documentários e filmes foram feitos em cima desse evento utópico e mítico. O diretor Ang Lee assumiu a empreitada de realizar Aconteceu em Woodstock, depois de ler o livro de memórias de Elliot Tiber, que foi um dos responsáveis pela mudança de local do festival. O filme narra as peripécias de Elliot para levar o evento para a sua cidadezinha, White Lake, mostrando as aventuras e as desventuras do seu protagonista, nesse deserto de gente, drogas e rock’n’roll.

Aconteceu em Woodstock, de Ang Lee
HSBC Belas Artes – Sala 2. Dia 26, às 19h30
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Além de Ingmar Bergman
O cinema sueco ficou conhecido em todo o mundo por causa de seu maior diretor, Ingmar Bergman. Mas não só de Bergman viveu o cinema do país escandinavo e, para demonstrar isso a Mostra traz uma pequena seleção de filmes suecos de ontem e de hoje. Destaque para a homenagem ao diretor Jan Troell, e filmes para contemporâneos, como Uma Solução Racional, de Jörgen Bergmark e o desenho animado, Metropia, de Tarik Saleh.


Evaldo Mocarzel (cineasta)

Brasileiros – Pela segunda vez, você tem três filmes selecionados para uma mesma edição da Mostra, fato inédito entre os cineastas, tanto daqui como de fora…
Evaldo Mocarzel – Fiquei muito feliz que meus filmes BR-3 (Ficção), BR-3 (Documentário) e À Margem do Lixo, foram selecionados. Eu tenho muita sorte, mas também reconheço a qualidade dos meus filmes, você não acha? (risos). Mas, sem brincadeiras, essa é a segunda vez que isso acontece, como você frisou na pergunta. Acho que deve ser um fato inédito. Sendo esse um dos maiores e melhores festivais de cinema do País, sempre é bom mostrar seus filmes para um público exigente, como é o da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Brasileiros – Além da seleção dos seus três documentários para Mostra, ontem saiu a relação dos filmes escolhidos para o Festival de Brasília e entrou outro filme seu, o documentário Quebradeiras. Você está com muita sorte, não acha?
Evaldo Mocarzel – Devo realmente estar, mas vivo um momento muito fértil na minha carreira. Procuro não só realizar meus filmes, mesmo que tenha de colocar dinheiro do meu bolso, mas também mostrá-los nos principais festivais do País e no exterior. E é sempre prazeroso e instigante ter um filme selecionado para o Festival de Brasília. Já ganhei o Candango [prêmio dado para os vencedores no Festival] de Melhor Filme por À Margem do Concreto, escolhido pelo júri popular. Tem outra coisa: durante os dias do festival, diferente da Mostra de São Paulo que exibe muitos filmes, nosso filme fica na berlinda o tempo todo, já que são poucos filmes exibidos, em torno de seis longas-metragens. Então, nosso filme é objeto de observações, elogios e críticas, durante todo o festival, pelo público extremamente exigente que frequenta o festival.

Brasileiros – Temos outro, além disso: todos os seus documentários feitos anteriormente chegaram nas salas de cinema, o que não é muito comum, diria até fato muito raro. Qual é o segredo?
Evaldo Mocarzel – Não sei se tem segredo. O fato é que eu luto incansavelmente para que meus filmes sejam vistos nas salas de cinema, pois para mim o filme só se realiza quando o espectador o assiste. Mas sei que não é fácil, pois o público ainda está se acostumando a ver documentários nos cinemas e o exibidor ainda precisa apostar mais nesse gênero. Creio que estamos avançando ainda, mas falta muito.

Trecho de Pixo:

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