O escritor, poeta e dramaturgo nigeriano Wole Soyinka, de 78 anos, primeiro negro e africano a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986, é uma das principais atrações da la Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que será realizada em Brasília neste mês de abril. Além de ser a primeira vez de Soyinka no Brasil, a Bienal marcará a primeira edição em português de uma das mais de 20 obras literárias produzidas pelo nigeriano, que participou ativamente das lutas pela independência de seu país, nos anos 1960. E será exatamente sua obra de estreia, uma peça de teatro, The Lion and the Jewel, de 1963 (O Leão e a Joia, Geração Editorial), que finalmente chega ao leitor brasileiro, 49 anos depois de ter sido lançada. Soyinka afirma que se inspirou na tradição de sua tribo de origem, os iorubás. Outra obra muito conhecida do autor é o livro de poemas Mandela World, em homenagem ao líder sul-africano.
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Também atração da Bienal será a escritora sul-coreana Kyung-sook Shin, que acaba de se consagrar como a primeira mulher a vencer o Man Asian Literary Prize, um dos mais prestigiados prêmios literários da Ásia. O livro Por Favor, Cuide da Mamãe (Editora Intrínseca, 240 páginas) já vendeu dois milhões de exemplares na Coreia e deve ser um sucesso editorial também no Brasil. Nele, a escritora conta o drama de uma família coreana em busca de sua matriarca que se perdeu no metrô de Seul. Na Bienal, Kyung-sook Shin vai dar uma palestra sobre o tema A Influência da Matriarca nos Relacionamentos Familiares, que tem tudo a ver com a situação de crise contada no livro.
Entre os latino-americanos, um dos destaques é o escritor chileno Antonio Skármeta, famoso mundialmente por causa da adaptação para o cinema de seu livro O Carteiro e o Poeta, que conta a improvável amizade entre o poeta Pablo Neruda e um carteiro italiano analfabeto. Outro destaque na literatura africana é o cabo-verdiano Germano Almeida, considerado hoje um dos principais escritores de literatura africana em língua portuguesa. Uma homenagem especial será feita pela 1a Bienal Brasil ao multimídia brasileiro Ziraldo, festejando o conjunto de sua obra, como escritor e artista plástico, ao longo de mais de 50 anos.
Segundo Luiz Fernando Emediato, jornalista, escritor e coordenador literário do evento, a inclusão do nome Brasil no título da Bienal foi para caracterizá-la como um evento de caráter nacional, que irá se somar aos demais eventos literários tradicionalmente realizados Brasil afora. Vale destacar que será a primeira vez que o aniversário de Brasília, no dia 21 deste mês, será comemorado com um evento literário. No dia 22, Caetano Veloso fará uma apresentação ao ar livre.
O pavilhão da Bienal será montado na Esplanada dos Ministérios e ocupará uma área de 50 mil m2, sendo 16 mil destinados a mais de 150 estandes das editoras e empresas participantes.
SERVIÇO
de 14 a 23 de abril
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