Greve de TIs em SP

Mobilização teve adesão expressiva da categoria, segundo sindicato. Crédito: Sindpd.
Mobilização teve adesão expressiva da categoria, segundo sindicato. Crédito: Sindpd.

Trabalhadores em tecnologia da informação (TI) no estado de São Paulo entram em greve nesta sexta-feira (21), por tempo indeterminado. A categoria reivindica reajuste de 8,8% nos salários e de 10,3% nos pisos. A pauta inclui ainda vale-refeição de, no mínimo, R$ 16 para todos os trabalhadores e abertura de negociação para pagamento de participação nos lucros ou resultados (PLR) em todas as empresas.

A proposta do sindicato patronal apresenta reajuste de 6,5% para os salários e 7% para os pisos, planos para negociação da PLR em empresas com mais de dez trabalhadores e vale-refeição de R$ 14 onde trabalhem mais de 35 funcionários.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd), Antonio Neto, nos dois últimos anos, com a internacionalização da economia e a aquisição de muitas empresas de tecnologia por grandes companhias internacionais, o patamar da mesa de negociação mudou. “Você deixa de falar com o dono da empresa e passa a negociar com investidores, e os investidores só querem saber de lucrar cada vez mais, sem compartilhar isso com os trabalhadores.”

Paralização

O ato que acontece hoje (21) teve adesão expressiva. Há ações em mais de dez grandes empresas do setor paralizadas. Às 10h todos os funcionários da Prodam, que responde pelo sistema de TI da cidade de São Paulo, cruzaram os braços.

Segundo o Sindpd muitos funcionários da Fidelity – que atende companhias como Vale, Claro e Petrobras – não apareceram hoje. Ao menos seis empresas que atendem a operadora Vivo também foram impactadas massivamente pela greve: Indra, Getronics, Unicom, Uranet, TSI e TCP. Outras manifestações ocorrem em frente a CPM Braxis Capgemini, Tivit, Indra e TODO GPTI. Também estão parados o pessoal da Datatix, da Field e da ConnectCom (que atende a Caixa Econômica Federal).

Na Sonda IT, a PM foi chamada, entretanto, muitos ônibus que levam os trabalhadores até a companhia já chegaram quase vazios. A Connectcom também apresentou grande adesão. A empresa atende a Caixa Econômica Federal. Além delas, houve manifestações em frente à CPM Braxis Capgemini, Tivit, Datatix, Field, IMA, Evalue, Indra, Bematech CNP, MV&P, HP, Totvs, Visioncom, Consinco, Smart APD, Hitech, Mega Sistemas, GFT, Visual, EmproRX, Folhamatic, Ledware, MSTECH e TODO GPI. Outras unidades da Fidelity (Campinas, Jundiaí e Sorocaba), da Sonda (Campinas e São José dos Campos), da Tivit (São José dos Campos) e da Stefanini (Sorocaba e Campinas).

Outras empresas já estavam em negociação com o sindicato para negociar acordos que contemplassem os pedidos dos trabalhadores. Mais de 140 fecharam acordos desde o anúncio da greve. Entre elas, estão BRQ IT, Lan Designers, BSI informática, ABC Technology, Action W, Airon Inovação, Alliance – As Plus, Assurance.

Os acordos alcançaram reajuste nos salários de 7,5% – 2 pontos percentuais-, nos pisos de 8%, VR de R$15 sem desconto algum para os trabalhadores, negociação de PLR.

O Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo (Seprosp) disponibilizou nota em seu site, informando que a proposta do setor “leva em conta a atual situação econômica das empresas e as incertezas assinaladas pelo mercado quanto ao crescimento de negócios neste ano”.


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