O Moviemento Nacional para Independência do Azawad, grupo rebelde da etnia tuaregue do Mali, país no oeste africano, declarou na sexta-feira, dia 6, a independência unilateral do território do Azawad, no norte do país.
A independência é o ponto mais crítico da crise malinesa, que começou em 17 de janeiro, com os ataques à cidade de Menaka, e se agravou com um golpe de estado no dia 22 de março, que derrubou o presidente Amadou Toumani Touré.
O MNLA, na sigla em francês, tem agora controle de fato de território pouco povoado de Azawad, que é parte do deserto do Saara. O sul do Mali, onde fica capital Bamako, concentra 90% dos 12 milhões de habitantes do país. A principal etnia são bambara, da família linguística dos malinké, que compreende 50% da população.
A revolta no norte do Mali é um dos episódios mais importantes do chamado nacionalismo bérbere, povo do qual os tuaregue são uma etnia. O MNLA é apoiado pela Líbia, país majoritariamente bérbere. Muitos membros do exército do MNLA participaram da insurgência que derrubou o governo do ditador Muammar Gaddafi, na Líbia.
A Argélia manifestou seu repúdio à declaração de independência. Há o temor de que tuaregues argelinos sigam o exemplo dos malineses e iniciem uma revolta. Desde 1916, já aconteceram cinco revoltas tuaregues no norte do Mali.
Os governos da região estudam uma conta-ofensiva para derrubar o governo do MNLA em Azawad.
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