Mais do que Dilma aparecer pela primeira vez na frente de Serra (40 a 35), o que já era esperado por todo mundo no meio político, um outro dado lateral me chamou a atenção na última pesquisa Ibope/CNI divulgada nesta quarta-feira: o índice dos que consideram o governo Lula “ruim ou péssimo” não está mais fincado naqueles 5% de sempre, como em todos os levantamentos anteriores dos diferentes institutos. Caiu para 3%, ou seja, quase pela metade.
Este número ínfimo de insatisfeitos com o governo pode ajudar a explicar os outros índices, à medida em que o eleitorado vai identificando Dilma como a candidata do presidente Lula. O índice de aprovação do presidente mantem-se em 85% e 75% dos eleitores avaliam o governo como “ótimo e bom”, faltando apenas três meses para as eleições.
Diante deste quadro, o que resta à oposição fazer, além desta desgastante busca de um nome de vice para compor a chapa, em que já estão falando até em indicar a presidente do Flamengo? No começo, não deu certo poupar o presidente e o seu governo, porque a candidata dele continuou subindo. Agora, também não está funcionando a tática de passar a atacar Lula, Dilma e o governo porque Serra está caindo e a rejeição já chega a 30% (Dilma tem 23%).
Não bastassem os números todos desfavoráveis para a oposição no último Ibope, que apontam para uma vitória de Dilma sobre Serra por 45 a 38 no segundo turno, invertendo a curva da pesquisa de março, são os números da economia que vão estreitando o caminho para uma reação de Serra.
Basta pegar a manchete do iG desta quinta-feira: “Brasil está próximo de pleno emprego”. Segundo o professor José Pastore, da USP, pesquisador das relações de trabalho, “com uma taxa de crescimento de 5% chegaremos a um desemprego de 6%, que é o pleno emprego. Isto pode acontecer ainda este ano”.
Com emprego garantido e dinheiro no bolso, o que pode fazer o eleitor brasileiro ainda mudar de idéia até outubro para reverter a tendência pró-Dilma revelada nas últimas pesquisas?
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