Foto: Divulgação
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A Avó Adormecida

Roberto Parmeggiani. Ilustrações de João Vaz de Carvalho. Editora DSOP

Um neto narra de modo sensível as mudanças repentinas que observa no comportamento de sua avó, até a perda definitiva. Antes de dormir o dia todo por 30 dias seguidos, a avó começa a fazer coisas estranhas, como colher pétalas para cozinhar sopa. Antes disso, o menino e a avó liam juntos e se divertiam muito. A mãe explica que a avó está como a Bela Adormecida. Certo dia, um príncipe encantado vem buscá-la e o menino não a encontra mais. Mas tem certeza

de que a avó continua sonhando com as coisas que mais amava: o voo das pipas, a profundeza do mar, limonada. As ilustrações bem-humoradas valorizam a intensidade da presença e a beleza do encontro.

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A Bruxa e o Espantalho

Gabriel Pacheco. Editora Jujuba

Este belíssimo livro-imagem foi definido pelo autor e ilustrador mexicano Gabriel Pacheco, como “livro silencioso”. Em entrevista ao blog Esconderijos do Tempo, ele explica: “A beleza desses livros é que guardam sempre uma grande margem de possibilidades e permitem folgas narrativas preenchidas pelo leitor”. Em cores frias e escuras, com técnica que mistura acrílico, texturas digitais, fotografia e colagem, narra-se o encontro amoroso entre uma bruxa e um espantalho.

A atmosfera onírica é campo fértil para metáforas. Um convite à percepção dos detalhes que brotam do canto das páginas, em tons de “azul oceânico”, segundo o autor, citando o poeta Rubén Darío.

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A Velha História do Peixinho que Morreu Afogado

Marilia Pirillo. Ilustrações de Guazzelli. Edições de Janeiro

A história popular do peixinho pescado por um homem solitário, que se torna seu companheiro até devolvê-lo novamente à água, já foi registrada por Quintana e Lobato e ganha neste livro nova e caprichada edição, com belas ilustrações de Guazzelli. Tudo começa quando um homem de negócios, com a cabeça cheia de minhocas, decide pescar para fugir do vazio que a vida nas grandes metrópoles tantas vezes provoca. A sensação de deslocamento acompanha tanto o homem quanto o peixe, e é retratada nas imagens com recursos que lembram vertigem dos quadrinhos.

*Mestre em Literatura e Crítica literária pela PUC de São Paulo.


Comentários

Uma resposta para “Imagens que falam por si”

  1. Avatar de Marilza Alberto Baptista
    Marilza Alberto Baptista

    Que textos caprichados e cheios de doçura, polidez e, ao mesmo tempo, tão poéticos… Parabéns. Como é bom ler palavras que da maneira como foram organizadas ganham maior siginificado e beleza.

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