Incêndio destroi base brasileira na Antártica

Uma explosão, seguida de um incêndio na casa de máquinas e nos geradores de energia da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), destruiu neste sábado a base brasileira na Ilha Rei Jorge, na Antártica.

A explosão, ocorrida às 2h de hoje (horário de Brasília, também adotado na base), provocou um incêndio que se alastrou pela estação e causou a morte do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e do 1º sargento Roberto Lopes dos Santos, que estavam no local.

O 1º sargento Luciano Mendes Medeiros, que estava próximo ao local da explosão e do começo do incêndio, foi resgatado com ferimentos, mas não corre risco de vida. Ele foi atendido pelo médico da Marinha, integrante do chamado Grupo Base (15 militares que permanecem durante um ano na Antártica, para guarnecer e operar a estação) e levado primeiro para a base polonesa de Arctowiski, vizinha à Ferraz, na mesma Baía do Almirantado.

Apesar do trabalho de combate ao fogo realizado pelo pessoal do Grupo Base, o fogo não cedeu e terminou destruindo não apenas os geradores, a central de energia, a garagem e as oficinas, mas também a parte residencial e os laboratórios.

Há informações, ainda não confirmadas, que depósitos de gases inflamáveis usados em laboratórios podem ter explodido e agravado o incêndio. “A estação foi mesmo destruída e teve que ser evacuada”, afirmou, com exclusividade à Brasileiros, uma alta fonte da Marinha.

As péssimas condições de tempo no sábado, com tempestade de neve e queda da temperatura para muitos graus abaixo de zero – embora ainda seja verão – contribuíram para a decisão de retirar, no meio da tarde, os remanescentes do Grupo Base que ainda tentavam debelar o incêndio.

Sem geração de energia, sem calefação, e com a parte residencial afetada, é impossível permanecer na base. Desta maneira, a Marinha determinou que o chefe da estação, comandante Coimbra e sua equipe, fosse levados para a base chilena de Frei. A Marinha pretende, assim que as condições de tempo permitirem, retornar a Ferraz com uma equipe do Grupo Base, a bordo do navio Lautaro, da Marinha Chilena.

Estavam na EACF no momento da explosão e do incêndio, além dos integrantes do Grupo Base, 30 pesquisadores, um alpinista, um representante do Ministério do Meio Ambiente e 12 operários do Arsenal de Marinha, encarregados da manutenção e reparos da instalações.

Todos, junto com o sargento Luciano, foram transferidos para a base chilena Eduardo Frei, a maior e mais próxima, em helicópteros da Marinha do Chile. Na tarde desse sábado, eles seguiram para Punta Arenas, no Chile, de onde deverão retornar ao Brasil no final do domingo ou nessa segunda-feira em um avião Hercules da FAB, que seguiu hoje do Rio de Janeiro rumo ao sul do Chile.

A base brasileira foi totalmente reformada em moderniza nos anos de 2007 e 2008. Brasileiros esteve, durante duas semanas em Ferraz, no mês de novembro de 2007, e comprovou as dificuldades do trabalho de militares e cientistas em condições extremas de clima. Clique aqui e leia a matéria.

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