Internet popular a R$1,50 por hora

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“A internet não está funcionando”, informou-me placidamente a recepcionista do hotel em Goiânia na sexta-feira, sem dar nenhum sinal de que estivesse preocupada com isso. “Tem uma lan house aqui do lado”. Tem, mas estava fechada. Informaram-me que do outro lado da rua tinha outra.

Como não tinha levado meu laptop, para descansar um pouco da tela do computador, acabei descobrindo um outro mundo que os jornalistas que ficam só no eixo São Paulo-Rio-Brasília não costumam frequentar. Em qualquer lugar do Brasil, você encontra hoje estas lojas que oferecem internet para quem ainda não está ligado à grande rede em casa, na escola, ou no trabalho.

Afinal, são apenas 60 milhões os privilegiados que já têm acesso às modernas mídias eletrônicas. Mas a internet popular das lan house já está ao alcance de todo mundo.

Por módicos R$ 1,50, que foi o que paguei na “Ataque Lan House”, dá para navegar por uma hora. Pelo preço de um cafezinho ou uma lata de cerveja, é tempo suficiente para ler e escrever e-mail, tirar alguma dúvida para um trabalho de escola, ler as últimas notícias do dia, liberar os comentários do blog e, se for do gosto do fregues, até entrar em algum joguinho só para se divertir.

Se o internauta de aluguel fizer isso cinco dias por semana, vai investir R$ 30,00 por mês, o mesmo que gastaria para ir a um jogo de futebol, incluindo ingresso, transporte e lanche.

Não fiquei bisbilhotando para ver o que os outros estavam fazendo no computador. Pelos barulhos que saiam das máquinas, no entanto, deu para perceber que a maioria, formada por adolescentes, estava entretida com algum jogo eletrônico. Seja como for, é melhor do que ficar fazendo bobagem na rua. Dizem até que ajuda a desenvolver o raciocínio.

No sábado, voltei lá, mas as 14 máquinas estavam ocupadas e a fila de espera era grande. Prometi a mim mesmo nunca mais viajar sem o laptop, quando fui salvo por um parente, que estava no mesmo hotel, para a festa dos 60 anos do meu único irmão, o jornalista Ronaldo Kotscho, e da nossa amiga Adelaide.

A gente só costuma dar valor para as coisas quando elas nos faltam. No domingo pela manhã, a internet do hotel continuava fora do ar e a recepcionista não tinha a menor idéia de quando a conexão seria restabelecida. Mal sabe ela que, hoje em dia, ficar sem internet é o mesmo que faltar água ou luz em casa. Virou artigo de primeira necessidade.


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