Nesta quinta-feira (29), o parlamento britânico rejeitou a intervenção militar na Síria proposta pelo governo. Após um longo debate, os deputados inviabilizaram a participação de forças britânicas numa intervenção mesmo que os inspetores da ONU, que estão na Síria até sábado, concluam que houve recurso a armamento químico. Mas vale ressaltar que, tecnicamente, o premiê britânico não precisaria do apoio do Parlamento para realizar uma ação na Síria. Esse tipo de ação pode se desenvolver somente a partir de uma ordem do primeiro-ministro.
Nos Esstados Unidos, a Casa Branca respondeu dizendo que o presidente Barack Obama decidirá sobre a resposta ao uso de armas químicas na Síria baseado em interesses nacionais, mas que Washington continuará consultando a Grã-Bretanha após a rejeição da moção pelo Parlamento. Um grupo de manifestantes fez um protesto na Casa Branca contra um possível ataque dos EUA à Síria.
França diz que ataques aéreos podem ocorrer quarta-feira
Hoje, o presidente francês, François Hollande, disse que os ataques militares à Síria podem ocorrer quarta-feira (4) e que a rejeição britânica a uma intervenção não vai alterar a posição de Paris. “A França quer uma ação firme contra o regime de Damasco”, declarou Hollande, em entrevista ao jornal Le Monde.
“Cada país é soberano para participar, ou não, de uma operação. Isso vale para o Reino Unido, como para a França”, indicou Hollande, questionado sobre a possibilidade de intervir na Síria, sem o apoio de Londres. “Vou falar hoje com [o presidente norte-americano] Barack Obama”, acrescentou.
Na quarta-feira, o Parlamento francês reúne-se, em sessão extraordinária, para um debate, sem votação, sobre a situação na Síria.
Rússia se esforça para impedir invasão à Síria
A Rússia continua a esforçar-se para não permitir uma ingerência militar na Síria, declarou nesta sexta (30) Iúri Uchakov, assessor do governo russo para Assuntos Internacionais. “O país trabalha ativamente para evitar um cenário de força na Síria”, disse Uchakov a jornalistas.
O assessor diplomático do presidente Wladimir Putin disse ainda não entender o que leva a comissão de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) a abandonar a Síria no sábado (31), tendo investigado apenas um episódio de emprego de armas químicas, quando a Rússia defende a ampliação da investigação a outros locais.
Uchakov recusou-se a fazer qualquer prognóstico sobre os prazos de um possível ataque à Síria. “Pessoalmente, não estou informado sobre os planos dos Estados Unidos, mas todos sabem o que paira no ar. Toda a imprensa cita declarações dos representantes oficiais americanos. Apresentam as coisas de forma que será possível uma ação de força. Não sei quando irá ocorrer”, concluiu.
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