Quando o Campeonato Paulista começou, nem o mais fanático dos torcedores de Itu imaginaria um desfecho como esse. Na cidade onde tudo é grande, o time local foi gigante, o maior de todos.
Durante a primeira fase o Ituano não chamou a atenção, passou desapercebido. Contra os chamados “grandes”, perdeu quando podia e ganhou quando precisava. Derrotas para Palmeiras e Santos (sim, os mesmos clubes que depois bateu na semifinal e na final), e, no penúltimo jogo, quando precisava da vitória contra o São Paulo para se classificar, foi ao Morumbi e arrancou o resultado.
Técnico, jogadores e torcedores do Corinthians chegaram a insinuar que o São Paulo “entregou” o resultado, uma vez que a vitória do time de Itu prejudicaria seus rivais. Besteira, o Timão não fez sua lição de casa e tentou chorar com a professora. O Ituano a fez com maestria.
O Corinthians eles não enfrentaram diretamente, já que faziam parte do mesmo grupo, porém, a boa campanha na primeira fase fez dos alvinegros a primeira vítima do time dirigido por Doriva. O Ituano terminou em segundo no grupo enquanto o Corinthians teve a terceira melhor campanha, insuficiente para passar de fase.
Nas quartas-de-final, um empate por 0 a 0 ainda não os colocava entre os favoritos, afinal, o campeonato “começa na semi”, agora que os pequenos e os grandes se diferenciam. Dito e feito! O Ituano cresceu, ficou maior que o Palmeiras, anulou os ataques adversários e fez o suficiente para ganhar por 1 a 0 e alcançar a decisão.
“Golpe de sorte”, diziam alguns, “Quero ver na final, agora são dois jogos”, outros falaram… Santistas comemoraram o fato de encarar o time do interior ao invés de pegar o Palmeiras. Começaram aí a se apequenar.
De um lado o poderoso Santos, dono da melhor campanha, do melhor ataque e campeão de cinco dos últimos sete Paulistas. Do outro o Ituano, que apostava em seu esquema defensivo sólido, o melhor do campeonato, apenas 10 gols sofridos em 17 jogos.
Os dois jogos foram no Pacaembu, em São Paulo. No primeiro, o Santos foi completamente anulado, tentou, mas não conseguiu atravessar a forte barreira de Itu. Em contra-ataque rápido, Esquerdinha deu passe magistral para Cristian, que invadiu a área, deixou a bola pingar e encheu o pé para sair em vantagem na final.
De novo no Pacaembu, na segunda final o Ituano tinha a vantagem e veio com a mesma proposta do primeiro jogo. O Santos foi pra cima, meio descoordenado, é verdade, sem saber muito como fazer para chegar ao gol. Em um lance infantil dentro da área veio a esperança para a equipe da baixada: pênalti para o Santos! Cícero, que no primeiro jogo havia perdido um, não se amedrontou e guardou no fundo das redes para igualar a decisão. O Ituano não queria se arriscar, o Santos não cometeria o mesmo erro duas vezes, subestimar seu adversário mais uma vez. Apito final, a decisão sairia nos pênaltis.
Nas penalidades, o Ituano perdeu a segunda das cinco cobranças alternadas. Na quarta, quando o título parecia nas mãos dos santistas, Rildo chutou na trave e igualou tudo novamente. passando a quinta cobrança era uma fazer e o outro errar para o jogo acabar. O Ituano fez a sexta, o Santos também. O Ituano fez a sétima, o Santos errou. Nervoso, Neto bateu mal, no meio, Vagner pulou no canto mas conseguiu salvar com os pés, o Ituano é o novo campeão paulista!
O rubro-negro já havia conquistado esse título em 2002, porém, naquela ocasião Santos, palmeiras, Corinthians e São Paulo não participaram do torneio. Dessa vez todos estavam e o ituano, de uma forma ou de outra, derrotou cada um deles. No resto da temporada o ituano irá lutar pára subir da quarta para a terceira divisão nacional, mas no estadual eles foram grandes, os melhores e incontestáveis!
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