James Alison, maravilhoso!

Padre, homossexual, e feliz!Queridos, apesar de já termos vivido uma década do novo milênio, nós, homossexuais, continuamos a ser condenados ao fogo do inferno por religiosos fóbicos e retrógrados, que, por suas atitudes, contrariam tudo aquilo que Jesus Cristo pregou. Não é o caso de figuras iluminadas, como Desmond Tutu, ou da Bispa sueca Eva Brune, ressalte-se, vejam como ainda existem luzes no cristianismo! Eu nunca escondi aqui a minha origem católica. Vejo no sacramento uma verdadeira e maravilhosa união com Deus, que nos veio também na pessoa de Jesus Cristo. Se vocês não acreditam em Deus, chamem de “fenômeno sagrado”, é a mesma coisa. Tudo isso fica confuso quando nos vemos atacados e condenados por cristãos, católicos ou evangélicos, que nos julgam, condenam, e punem, em um bullying brutal. Como resultado, muitos homossexuais se sentem afastados de um caminho espiritual maravilhoso. Jesus nunca condenou os homossexuais, hoje soube do lançamento de mais um livro que confirma isso.

Pois foi acompanhando essa cruzada que eu me deparei com o livro Fé Além do Ressentimento, do padre James Alison, inglês radicado no Brasil há muitos anos. Alison é, ele mesmo, um fenômeno. Homossexual assumido, já foi apaixonado por outro homem, que morreu vítima da Aids, mas não largou o sacerdócio, tampouco calou a boca em uma vida dupla e hipócrita. Negou o voto de castidade, alegando, honestamente, que não seguia uma premissa honesta no momento em que os fez, razão pela qual os votos não seriam válidos. Expôs sua situação aos seus superiores em Roma, pedindo que decidissem eles o seu destino. Curiosamente, e eu ousaria dizer que foi milagrosamente, pois vejo aí uma mão espiritual superior, Alison acabou sendo enquadrado em um dispositivo do Código de Direito Canônico, pelo qual continua a ser um sacerdote cristão, rezando missas e ministrando os sacramentos, mas não está subjugado a nenhuma autoridade direta da Igreja Católica. Portanto, é livre para manifestar o que pensa.

Hipocrisia? Não! Honestidade explícita, e admirável. Ele propõe uma verdadeira revolução em termos de cristianismo. Um milagre, convenhamos, principalmente nos tempos de Ratzinger, que Alison, sorrindo, diz ser muito mais inteligente que João Paulo II. Vocês não acreditam? Querem saber mais? Leiam o livro, que será lançado hoje à noite, no Espaço Cultural É Realizações, Rua França Pinto, 498, a partir das 19 horas. Eu já li, tive o privilégio de conhecer o autor, e escrevi sobre ele um pequeno perfil, que sairá na Revista Brasileiros de Novembro. Abraço do Cavalcanti.


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