João Carlos Martins e Luiz Gê

– Um balanço de 2009. O site da Brasileiros ouviu personalidades do País para avaliarem o melhor e o pior do ano. Quais os fatos positivos e negativos nas mais diversas áreas, como esporte, política, economia, cultura, artes, entre outras. Confira o que falaram esses ilustres brasileiros.

João Carlos Martins: “Hoje, nós não somos mais um país que ouve, somos um país que tem coragem de dar suas opiniões”

“O que eu vejo de mais positivo com relação ao Brasil é que nossa presença agora é definitiva, não mais como País do futuro, mas como um dos países formadores de opinião em relação ao contexto internacional. Hoje, nós não somos mais um país que ouve, somos um país que tem coragem de dar suas opiniões.”

“O que mais chocou o Brasil foram as fotos e vídeos de final de ano que a imprensa divulgou com relação ao Distrito Federal, acho que foi a parte mais negativa do ano no Brasil. Tudo que o Brasil tem feito no lado positivo acaba sendo denegrido lá fora quando casos como esse vem à tona.”

“Eu finalmente cheguei ao ano nota 9 para me preparar, se Deus quiser, o ano nota 10. Pessoalmente, o ano foi bárbaro, talvez o ano mais importante de toda minha vida pela realização no campo da música e a minha realização no campo social. No momento que a música a serviço da música e a música também a serviço da responsabilidade social, eu acho que finalmente eu estou cumprindo minha missão, e isso me deixa um desejo enorme de celebrar a vida!”

“Acho que nesse ano, o que eu julgo importante no lado cultural é a realidade da volta da música às escolas depois de praticamente 30 anos. Você não tenha dúvida nenhuma que será um fator importantíssimo para a diminuição da criminalidade, ajudará profundamente. A música já está em países asiáticos como primeiro segmento de inclusão social. A volta da música às escolas é a realização de um sonho 50 anos após sua morte, um sonho de Heitor Villa Lobos”

João Carlos Martins é maestro


Luiz Gê: “Pela primeira vez na história o quadrinho brasileiro teve algum tipo de incentivo”

“A animação israelense sobre os massacres de Sabra e Chatila, Valsa com Bashir, muito boa.”

“É difícil lembrar das coisas, a gente precisaria ter uma agenda! Deve ter quinhentas coisas.”

“Gostei médio do Bastardos Inglórios, do Tarantino. Não é uma coisa ruim, nem uma coisa que eu achei excelente.”

“De bom, de lançamento de livro, teve um sobre o meu trabalho, que se chama Análise Textual da História em Quadrinhos. Análise semiótica do trabalho de Luiz Gê. A obra analisou vários trabalhos meus, de várias épocas, e acho que foi uma coisa importante pra minha carreira.”

“Outra coisa bacana foi o governo ter colocado na compra de livros paradidáticos para escolas os livros de quadrinhos. Foi a primeira vez na história que o quadrinho brasileiro teve algum tipo de incentivo. Aliás, saiu um livro meu que foi a adaptação para os quadrinhos do O Guarani, do José de Alencar, que deve ser o livro maior já adaptado. Então, eu acho que isso é uma virada sensacional para os quadrinhos, uma coisa muito boa.”

“Eu acho legal toda a política externa do Lula, o que ele fez, o desempenho dele tem sido maravilhoso. A primeira vez que realmente o Brasil se impõe, se relaciona de uma forma independente com Europa, Estados Unidos. Eu acho maravilhoso, ficar livre do FMI, achar o pré-sal. Ter achado petróleo dessa forma é uma luta dos brasileiros desde os anos 1930.”

Luiz Geraldo Ferrari Martins, mais conhecido como Luiz Gê, é desenhista, chargista e quadrinista. Já colaborou para as principais publicações do País, desenhou capas de LPs e hoje é professor de quadrinhos no curso de desenho industrial do Mackenzie, em São Paulo.


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