John Neschling quer priorizar óperas na gestão Haddad

Sylvia Masini
John Neschiling

Impregnar a ópera na cultura paulistana no decorrer da gestão de Fernando Haddad é a prioridade do maestro John Neschling que, à convite do prefeito e do secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, assumiu o cargo de diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo no início de 2013. Na coletiva, Neschling apresentou a temporada lírica e os novos pacotes de assinaturas para 2013. Estão programadas seis óperas, entre elas, algumas das mais célebres de todos os tempos, como Aída, de Giuseppe Verdi, Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart, La Bohème, de Giacomo Puccini. A temporada ainda inclui Jupyra, do brasileiro Francisco Braga, Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni e Ouro do Reno, de Richard Wagner

Neschling explicou que o objetivo da nova administração é construir um repertório próprio do Theatro Municipal, com obras que possam ser remontadas no futuro e até cedidas para outros teatros brasileiros. Por isso, a escolha de títulos tão populares. Até então, as produções apresentadas no teatro eram terceirizadas ou alugadas de outras casas de ópera do mundo.

Neschling prometeu ainda uma montagem moderna e complexa dos espetáculos. Ele conta que o célebre terceiro ato de Aida, por exemplo, terá mais de 170 pessoas em cena e que a montagem de Arnaud Bernard de La Bohème conta com malabaristas, equilibristas e até um engolidor de fogo. A temporada celebra o bicentenário de nascimento de Richard Wagner com uma produção própria de O Ouro do Reno, composta por um elenco de célebres vozes wagnerianas.

Jupyra e Cavalleria Rusticana serão apresentadas em sequência nas mesmas noites. Assim, traçam um paralelo entre a formação europeia do compositor brasileiro Francisco Braga e um dos títulos mais marcantes da ópera italiana. A única obra produzida inteiramente fora da cidade é a renomada produção de Don Giovanni, do Teatro Municipal de Santiago do Chile, coligado ao de São Paulo. Mais da metade dos cantores de todas as óperas será composta de brasileiros.

Neschling informou ainda que a programação deste ano conta, além da temporada lírica, com 25 concertos de câmara e 12 de música popular com repertório brasileiro no recém restaurado salão do Conservatório Dramático Musical de São Paulo. E a execução integral dos quartetos de cordas de Beethoven pelo Quarteto da Cidade na busca por fazer do espaço a casa da arte em São Paulo. O Municipal também dispõe de espaços de formação técnica e artística para mais de 1,4 mil crianças e adolescentes e acervos documentais do teatro.

Mas a grande novidade deste ano é a Série de Assinaturas. Segundo Neschling, São Paulo não disponibiliza um pacote como este há 28 anos. São 11 tipos de assinaturas diferentes: pacotes de ingressos para todas ou apenas algumas óperas do segundo semestre da temporada de 2013. O assinante poderá escolher um lugar fixo no teatro, os dias e as produções que quer assistir (no caso do pacote misto). As compras dos pacotes fixos poderão ser feitas a partir do dia 3 de junho pelo site ingressorápido.com ou na bilheteria do teatro. As assinaturas mistas começarão a ser vendidas assim que estes terminarem.

Também estão nos planos da nova administração obras para reformar o backstage e a central técnica. Neschling contou que será preciso realizar uma operação de emergência para guardar a cenografia de Aida, pois a situação atual da central técnica não comporta a produção. Ele promete no mínimo dez espetáculos novos para o ano que vem. “Em quatro anos teremos um novo Theatro Municipal em São Paulo” diz Neschling.

Na edição de abril da Brasileiros, o maestro concedeu longa entrevista. Confira a íntegra


Comments

Uma resposta para “John Neschling quer priorizar óperas na gestão Haddad”

  1. Parabéns maestro John Neschling pela divulgação da opera no Brasil. Inclusive me desloquei de Porto Alegre a São Paulo para assistir a bela montagem de Don Giovanni associando-o com o Conde Dracula.
    A opera e um espetaculo essencialmente multimídia e cada montagem e interpretações são totalmente distintas e por isto as casa de opera internacionais estão sempre lotadas.
    Observo também. que ocorreu nos último.os cinco anos uma evolucao muito grande nas montagens principalmente no teatro de Lyon que encenou uma belíssima Carmen ambientada num cabaret

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