Jornalismo colaborativo

Quem é do ramo, sabe que a vida de repórter não é nada fácil. Muitas vezes, as pressões por conta de prazos impostos fazem com que a pesquisa que precede cada história não seja feita da melhor maneira, o que acaba resultando em uma matéria fraca ou rasa.Você acreditaria se eu dissesse que já existem iniciativas colaborativas na rede com o objetivo de facilitar a vida do repórter na busca de fontes confiáveis sobre os mais variados assuntos para a construção de uma reportagem? Pois é a mais pura verdade!O projeto Ajude um Repórter foi desenvolvido por Gustavo Carneiro, Relações Públicas (isso mesmo, ele não é jornalista!) de 27 anos, que percebeu e importou uma tendência que já acontecia de maneira forte fora do País. “Minha ideia inicial foi criar uma plataforma, uma espécie de rede social, para juntar fonte e jornalista, um crowdsourcing voltado para o jornalismo. Percebi isso pipocando nos EUA, algumas iniciativas no Facebook que migraram para uma plataforma, um blog. Estava morando na Europa naquele momento e, assim que voltei, comecei a trabalhar na ideia”, conta Carneiro ao site da Brasileiros.Para testar o poder do serviço, antes de tudo, Carneiro resolveu criar o perfil do Ajude um Repórter no Twitter. “É de graça, você só precisa despender tempo de serviço. Na verdade, esses pedidos de jornalistas já aconteciam isoladamente no Twitter, a única coisa que eu fiz foi juntar tudo no meu perfil, o que começou a gerar uma comunidade em volta”. Desde o começo, os seguidores do perfil se multiplicaram de maneira rápida e, hoje (22 de abril), pouco mais de um ano após a criação, o Ajude um Repórter já passou dos 13 mil seguidores.Apesar do sucesso, como o próprio Carneiro revelou, o Twitter seria uma espécie de teste de aceitação e o resultado foi um sucesso. As características do microblog limitam o serviço que o Ajude um Repórter promete oferecer. Além disso, não é o canal mais favorável para que o próprio idealizador tenha um feedback das matérias produzidas com a ajuda do perfil, um problema que, naturalmente, irá melhorar quando a nova plataforma estiver no ar.Carneiro disse que espera colocar a novidade no ar ainda nesse 1º semestre, mesmo que ainda não opere com todos os recursos previstos. Sobre a migração do Twitter, já estabelecido no Brasil e forte como nunca, para uma rede independente, formadora de nicho, conceito já abraçado nos EUA e na Europa mas ainda em fase de compreensão pelos brasileiros, ele não se disse muito preocupado.”A curva de adoção no Brasil não é como lá fora, principalmente para produtos voltados para a tecnologia. Mas foi produtivo nosso início no Twitter, agregando profissionais enquanto trabalhávamos em nossa ferramenta para que, assim que estiver no ar, já tenhamos um público fiel acostumado a ela”, previu.A rápida adesão ao perfil do Twitter proporcionou uma alternativa para levantar fundos, que viabilizariam o desenvolvimento do próximo passo do Ajude um Repórter. Carneiro divulgou um crowdfunding, pedindo colaboração financeira para todos aqueles que foram beneficiados ou que acreditavam no projeto. O valor a ser conseguido: R$ 15 mil.”Esse não é, necessariamente, o preço completo do desenvolvimento, já que é um trabalho contínuo e ininterrupto, mas seria o necessário para dar o pontapé inicial e colocar a coisa no ar”, afirmou. Carneiro contou que a campanha, que durou 60 dias, foi um sucesso, com a participação de quase 200 pessoas.O site já está no ar (veja aqui), mas, como já dissemos, a previsão de lançamento da ferramenta completa é ainda para o 1º semestre. Há também um blog, que também atualiza o usuário sobre em que pé está o Ajude um Repórter. Agora, é esperar a novidade que, com certeza, ajudará muita gente, incluindo este que vos escreve.Vídeo explicativo sobre o Ajude um Repórter

Documento precioso


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