Josimar Melo e Lygia Fagundes Telles

– Um balanço de 2009. O site da Brasileiros ouviu personalidades do País para avaliarem o melhor e o pior do ano. Quais os fatos positivos e negativos nas mais diversas áreas, como esporte, política, economia, cultura, artes, entre outras. Confira o que falaram esses ilustres brasileiros.

Josimar Melo: “A fúria puritana, moralista e persecutória contra cigarro e bebida foi o pior”

“O pior de 2009 foi a fúria puritana, moralista e persecutória contra prazeres elementares como bebida e cigarro. Esse tipo de tutela do estado é perigosíssima. Começa pelo cigarro e bebida e ninguém sabe onde vai parar. Eu sou contra bêbado guiando e contra o cara fumar charuto enquanto eu estou jantando. Se alguém fuma, é preciso proteger quem não fuma. Lugares abertos, por exemplo. Você pode ter limites. Em países civilizados é permitido que se tome meia garrafa de vinho sem ir pra cadeia.”

“O melhor é essa tendência de recuperar ingredientes, receitas e tradições brasileiras de uns chefs brasileiros de classe média, que estudaram na Europa e estão manipulando legumes brasileiros, como a mandioca, com técnicas da cozinha francesa e da espanhola, as mais modernas do mundo, cujos maiores criadores foram seus mestres. Como eles estão fazendo na gastronomia a mesma coisa que aconteceu na música brasileira dos anos 1960 – quando a bossa nova nasceu do casamento do samba com as harmonias do jazz – eu batizei essa tendência de “cozinha bossa nova”.

Josimar Melo é crítico de gastronomia da Folha de S.Paulo e autor do Guia Josimar 2010, publicado há 18 anos


Lygia Fagundes Telles: “Vamos só falar nas coisas boas”

“Tô tocando como posso. Tô me recuperando bem. Vamos só falar nas coisas boas. Em 2009 eu ganhei o Prêmio Juca Pato, uma alegria muito grande, recebi das mãos do Antonio Cândido, que foi o premiado anterior. Tive essa coisa maravilhosa que foi a adaptação do meu romance As Meninas para o teatro, foi uma coisa linda, eu chorei de emoção. É um romance difícil. Todo roteiro é difícil. Elenco e direção estupendos. O roteiro de Maria Adelaide Amaral perfeito. Foram duas alegrias muito grandes. Não vamos falar de coisas erradas. A coisa errada foi ter quebrado a perna. E outro acontecimento muito importante foi a minha mudança para a Cia. das Letras. Estou fazendo a revisão de todos os livros. A editora contratou críticos excelentes, em cada livro tem críticas atuais e também um resumo das críticas que eu tive vida afora. Capas lindas, novas capas da Beatriz Milhazes.”

Lygia Fagundes Telles é contista e escritora


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