O julgamento do ex-presidente do Egito Mohamed Mursi foi adiado para o dia 8 de janeiro de 2014. Mursi seria julgado nesta segunda-feira (4), mas as atividades do tribunal responsável pelo caso foram suspensas depois que apoiadores do líder protestaram na área externa do local. Os membros da Irmandade Muçulmana, grupo do qual Mursi também faz parte, entoavam cânticos contra o que consideram o golpe militar que depôs o ex-presidente em julho deste ano. A aparição dele foi a primeira desde que saiu do poder.
Mursi chegou ao tribunal no Cairo, a capital egípcia, para ser julgado por ter incitado a violência e a morte de manifestantes no início do seu mandato. No protesto em que isso teria ocorrido, sete pessoas morreram. Mursi seria julgado com outros 14 réus.
Em comunicado divulgado na semana passada, um grupo de apoiadores de Mursi informou que ele não reconhece o julgamento ao qual será submetido e que não terá advogado de defesa. Mohamed Mursi foi deposto por um golpe militar em 2012, depois de pouco mais de um ano na Presidência. Devido a esse golpe, o ex-presidente não entende serem legítimas quaisquer decisões tomadas desde então – como é o caso do julgamento.
Nos últimos meses, houve forte repressão dos egípcios muçulmanos, a maioria apoiadores de Mursi. Cerca de 2 mil pessoas foram detidas, a maioria membros da Irmandade Muçulmana, grupo do qual o ex-presidente foi dirigente.
Mohamed Mursi foi o primeiro presidente do Egito eleito democraticamente. Ele foi destituído e detido pelo Exército em julho, depois de milhões de egípcios pedirem a sua saída. Os militares nomearam um governo interino encarregado de reelaborar a Constituição e organizar eleições legislativas e presidenciais para o início de 2014.
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