Ladrões de gibis são presos, mas mistério continua

A polícia anunciou ontem a prisão da quadrilha especializada em roubo de gibis e obras de arte em São Paulo. O grupo teria levado no dia 16 de outubro sete mil gibis raros do colecionador paulistano Antonio José da Silva, o Tom Zé, dono de um acervo de 200 mil volumes, que faz dele o maior do gênero no Brasil. Alguns exemplares custam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, o que leva a uma estimativa de mais de R$ 2 milhões – se considerar cada revista a R$ 300. O lote incluía preciosidades como  O Lobinho (segunda série, de 1940), Correio Universal (1936), O Globo Juvenil (1937) e 630 exemplares de A Gazetinha (1937-1940). 

Laéssio Rodrigues, um dos cabeças dos crimes.
Laéssio Rodrigues, um dos cabeças dos crimes.

O detalhe é que o mistério continua, porque a coleção ainda não foi localizada e deve estar nãos mãos de receptadores – ainda não se sabe se algum colecionador ou comerciante. Espera-se resolver o enigma hoje. O grupo, formado por três homens e uma mulher – que teria entrado na casa com o nome de Juliana, dizendo-se estudante de comunicação. A moça, na verdade, chama-se Iwaloo Cristina Santana Sakamoto, conhecida por integrar um bando de pelo menos oito ladrões especializados em obras raras, de livros a objetos de arte.

Os criminosos foram presos em flagrante na quarta, quando tentavam roubar quadros de um padre na cidade de Piracicaba, interior paulista. Os demais foram detidos ontem. Além desse crime, o bando é investigado pelo roubo de um museu em Piracicaba e no Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) de Campinas. Iwaloo Cristina e Laéssio Rodrigues de Oliveira foram presos em flagrante em Piracicaba, ao tentar roubar peças de arte sacra da casa de um padre. Além deles, outro casal participante da quadrilha foi preso, e outros quatro bandidos estão foragidos.

Iwaloo e Laéssio já eram procurados pela Polícia Federal desde 2007. O casal era investigado pela polícia de Campinas havia três meses, depois do roubo de quadros e livros raros de um museu de Campinas. Com atuação internacional, a quadrilha está envolvida em diversos outros crimes do gênero no Rio de Janeiro, Bahia, Paraná e até em Buenos Aires. Eles roubavam as obras e receptadores se encarregavam da revenda.


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