MARCO ZERO

O italiano Giorgio Vasari publicou Vidas dos Artistasem 1550. Longe de estar artisticamente à altura dos personagens que retratou – como o amigo Michelangelo, que conheceu na adolescência, em Florência -, Vasari preferia ser considerado pintor e arquiteto, mas há cinco séculos é lembrado como o mais importante historiador do Renascimento italiano. Vidas dos Artistastornou-se a obra inaugural dos estudos de História da Arte e ganhou primorosa edição no País. Vida dos Artistas, Giorgio Vasari, WMF Martins Fontes, 856 páginas

INSURREIÇÃO MARITÍMA

Corriam os primeiros dias de 1961, quando o transatlântico português Santa Maria – em cruzeiro no Caribe, com quase mil pessoas, entre passageiros e tripulantes – foi sequestrado por militantes portugueses e espanhóis. O grupo pretendia derrubar as ditaduras de Salazar, em Portugal, e Franco, na Espanha. A ação durou 13 dias e ficou conhecida como Operação Dulcinéia. Cinquenta anos depois, o jornalista Ludenbergue Góes resgata esse episódio emblemático. O Sequestro do Santa Maria: um Sonho de Liberdade, Ludenbergue Góes, Cia. Dos Livros Editora, 274 páginas

LUTHER KING EM QUADRINHOS

Assassinado em 1968, Martin Luther King foi um ícone do século 20. Desafiou o poder conservador de seu país em defesa da igualdade de direitos civis dos negros e sua história já foi contada em filmes e livros, mas nada se compara a Vejo a Terra Prometida, biografia assinada por três grandes artistas: o poeta Arthur Flowers, o artista plástico Manu Chitrakar e o designer Guglielmo Rossi. Vejo a Terra Prometida – a Vida de Martin Luther King, Arthur Flowers, Manu Chitrakar, Guglielmo Rossi, WMF Martins Fontes, 144 páginas

CAUSA NEGRA

Partindo do período posterior à abolição, em um recorte histórico que vai de 1890 a 1980, esta coletânea, composta por 13 artigos, propõe um resgate dos movimentos de emancipação dos afro-brasileiros, em ambientes diversos, como a política, as artes e os movimentos sociais, e dá voz a grupos, como a Guarda Negra, a União dos Homens de Cor, e o Movimento Negro Unificado. Experiências da Emancipação – Biografias, Instituições e Movimentos Sociais no Pós-abolição (1890-1980), organização Flávio Gomes e Petrônio Domingues, Selo Negro Edições, 312 páginas

RETRATOS DE UM GÊNIO

Morto aos 100 anos em 2009, o antropólogo, etnólogo e filósofo francês Claude Lévi-Strauss foi um dos intelectuais mais influentes de seu tempo. Autor do clássico ensaio Tristes Trópicos– relato de experiências etnográficas no Brasil, escrito duas décadas após passar quatro anos no País, entre 1935 e 1939, quando integrou o time de acadêmicos que vieram da França para ajudar a formar a USP -, Strauss tem importante biografia recém-lançada. Claude Lévi-Strauss: o Poeta no Laboratório, Patrick Wilcken, Editora Objetiva, 400 páginas

TURQUIA EM CHAMAS

Considerada a obra-prima da escritora turca Oya Baydar e o primeiro título da autora a ganhar tradução para o português, Palavra Perdida– sua trama é protagonizada por um escritor em crise que socorre uma jovem curda baleada e se infiltra em uma teia de violência, racismo e terrorismo – tem sido aclamada como um denso retrato da Turquia contemporânea. Socióloga, Oya abandonou a academia para ingressar em intensa militância de esquerda que a levou ao exílio, na Alemanha, entre 1980 e 1992. Palavra Perdida, Oya Baydar, Sá Editora, 458 páginas


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