PALAVRAS DE BRASILEIROS
por Paulo Vasconcelos*
Após as digressões sobre o livro didático e sua problemática das variações linguísticas, diz-nos Sírio Possenti, pesquisador da UNICAMP, por meio de Lívia Perozim, da Carta Fundamental: “O que consolida o desconhecimento da norma culta é continuar fazendo o que se faz, considerar ‘errados’ os que só falam diferente, ensinar uma gramática precária” (http://bit.ly/kmaITN). São essas as formas de dizer e escrever que consolidam a língua em sua trajetória política, de lutas por variações de dizer. Coincidentemente, me envia a poeta Selma Vasconcelos, pesquisadora paraibana com obras publicadas sobre poesia e João Cabral de Melo Neto, um e-mail – ou emaiu– com questões dessa monta e que circulam pela web:
O VOCABULÁRIO DO PARAIBANO
Paraibano não fica solteiro, ele fica “solto na bagaceira”.
Paraibano não vai embora, ele “pega o beco”.
Paraibano não diz ‘concordo com você’, ele diz: “issssso, homi!!!”
Paraibano não conserta, ele “imenda”.
Paraibano quando se empolga, fica com a “mulestia do scachorro”.
Paraibano não bate, ele ‘senta-le’ a mão.
Paraibano não bebe um drink, ele“toma uma”. (Não só toma uma, como toma todas)
Paraibano não malha os outros, ele “manga”.
Paraibano não toma água com açúcar, ele toma “garapa”.
Paraibano não percebe, ele “dá fé”.
Paraibano não sai apressado, ele sai “desembestado““desembestado”.
*Mestre e doutor em Artes e Comunicação pela ECA-USP, pesquisador na área de Cultura Popular e docente da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESP-SP) e da Universidade Anhembi Morumbi (SP). |
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