Começou a contagem regressiva, a longa fase de despedidas do presidente Lula, a seis meses do final do seu segundo mandato.
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Neste sábado, Lula e Marisa promoveram a última festa junina na Granja do Torto, uma tradição que mantiveram ao longo destes oito anos de governo.
Apesar do clima de despedida, foi a festa mais animada de todas, com mais gente, todo mundo vestido a caráter, uma noite de alto astral que varou a madrugada.
Marisa e sua nora Marlene capricharam na decoração e na mesa farta de doces e salgados típicos (cada convidado levou um prato), e serviram sopas (canja e caldo verde).
Em geral, costuma acontecer o contrário: na reta final dos governos, a história mostra que as festas do poder começam a se esvaziar e até o café é servido frio nos gabinetes.
Estavam na procissão que saiu antes da festa começar, além da família Silva e dos amigos de sempre, muitos dos atuais ministros, alguns que já deixaram o governo há tempos (Luiz Fernando Furlan e Mares Guia) e gente nova no pedaço, como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes.
Os mais animados, como de costume, eram os anfitriões, que faziam estas festas juninas na chácara deles, a “Los Fubangos”, em São Bernardo do Campo, desde os tempos em que Lula era apenas um candidato a presidente.
O casal Silva passou boa parte da noite tirando fotografias com os convidados, como se fossem noivos de verdade na festa caipira.
Na festa do sábado e ao longo de todo o domingo, no churrasco que antecedeu o jogo da seleção brasileira contra a Costa do Marfim, Lula quase não falou de política, mas dos seus planos para quando deixar o governo, ou melhor da falta de planos.
O presidente até ri quando fala da sua vida pós-governo e do tanto que já se escreveu sobre o que ele vai ser ou fazer. “A única coisa que sei é que vou passar um mês só descansando. Vou ficar no sofá e a Marisa vai toda hora me mandar levantar os pés pra limpar a poeira”
Lula parece estar vivendo a melhor fase do seu governo. De bem com a vida, brinca com todo mundo o tempo todo. Nas poucas vezes em que falou de política, assunto que evita nos finais de semana, foi só para mostrar uma certeza que ninguém lhe tira. “Vamos ganhar estas eleições no primeiro turno”.
Só ficou sério na hora do jogo do Brasil, sentado entre Marisa e o ministro dos Esportes, Orlando Silva, na primeira fila de cadeiras colocadas em frente a um telão instalado na varanda da Granja do Torto.
Cercado pela família e pelos amigos, umas trinta pessoas, o presidente Lula viveu um final de semana igual ao de milhões de brasileiros, com festa junina, churrasco, chope e futebol.
Do mesmo jeito que costumava brincar comigo quando lhe peguntava como estavam as coisas, nos tempos em que presidia apenas o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, repetiu a velha frase no final do dia: “Se melhorar, estraga”.
Antes do domingo acabar, porém, ainda com a camisa da seleção, Lula teve que juntar ânimo para atender a equipe de Franklin Martins que já estava à sua espera para gravar o programa semanal de rádio “Café com o Presidente”. Um dos temas, claro, foi a nova vitória da seleção.
O domingo acabou com uma bela sopa de legumes, servida enquanto os Silva faziam planos para a reabertura do Planácio do Planalto, prevista para o final do mês de julho, quando o casal voltar de mais uma viagem pela África. Depois de visitar vários países africanos, eles vão assistir à final da Copa na África do Sul.
Em breve, o casal estará de volta a São Bernardo do Campo. Vai levar boas lembranças da Granja do Torto e dos seus tempos de Brasília.
Em tempo: leitores me cobram um comentário sobre a vitória do Brasil no domingo contra a Costa do Marfim. Já se falou e escreveu tanto a respeito do jogo que só posso acrescentar que melhoramos muito em relação ao primeiro jogo e, como não há muita lógica nesta Copa da África do Sul, ao final o Dunga poderá provar que ele estava certo e o mundo todo errado. Faltam apenas cinco jogos para o hexa. Há esperanças, apesar de tudo
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