Após ter todos os recursos rejeitados pela Justiça paraguaia, o ex-presidente do país, Fernando Lugo, destituído do poder na sexta-feira, dia 22, apresentará recurso junto à Corte Interamericana de Diretos Humanos para tentar voltar ao poder.
Lugo também percorrerá diversos departamentos, o equivalente paraguaio aos estados, para apresentar sua defesa e reunir apoiadores. As diretrizes foram definidas nesta quarta-feira, dia 27, depois reunião do governo paralelo, montado por ele para tentar voltar ao poder, segundo afirmam seus interlocutores.
“Pretendemos apresentar uma ação junto à Corte Interamericana de Diretos Humanos”, disse o senador e ex-ministro do Interior, Carlos Felizzola, do Partido País Solidário (PPS), que apoia o gabinete paralelo de Lugo, ao explicar que a Justiça Paraguaia rejeitou todos os recursos apresentados.
Outra forma de Lugo voltar ao poder, segundo afirma o senador, seria através do próprio Parlamento, que tem o poder de restituí-lo à presidência, apesar dessa possibilidade ser improvável. “É muito difícil. Estamos conscientes disso, mas isso não quer dizer que vamos deixar de lutar por uma causa justa”, disse o parlamentar alegando que não houve direto à defesa.
Nas reuniões que pretende fazer a partir da semana que vem em diferentes partes do país, Lugo se reunirá com grupos de diversos setores para apresentar sua defesa com o objetivo de arrebanhar apoiadores e incitar as manifestações pacíficas e contrárias à sua destituição.
“Estamos organizando um cronograma para que, na semana que vem, possamos começar na terça-feira. Junto a isso, estamos recebendo comunicados de que muita gente está se mobilizando em diferentes partes do país”, explicou Felizzola.
Sobre as medidas adotadas internacionalmente, Felizzola disse que Lugo vai acatar o que decidiu a OEA, que vai enviar uma comissão ao Paraguai. Ele também confirmou que o ex-presidente não participará da Cúpula do Mercosul, apesar de ter sido convidado, por considerar que não teria nada de novo a acrescent
“Acreditamos que possam ocorrer algumas sanções durante a reunião, como a suspenção do Paraguai do Mercosul. Não estamos instigando nada, são decisões de cada país. Pelo que pudemos perceber após a reunião da OEA, todos os países concordam que não houve direto de defesa”, afirmou.
Felizzola afirmou que a questão eleitoral, com a possibilidade de Lugo concorrer a uma vaga no Senado, está sendo feita paralelamente, junto à Frente Iguazu, que é a coalizão de esquerda que mobiliza a oposição contra o atual governo. “Poderia ser, mas é uma decisão que tem que ser tomada pelo presidente Lugo e pela Frente Iguazu”, disse.
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